sábado, 27 de setembro de 2014

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Menina com atrofia muscular supera previsão médica e vira filme

Postado por Maria Célia Becattini

Por Renata Tavares

Íris Oliveira tem nove anos e um sorriso encantador. Apesar da pouca idade, já registra uma história de obstáculos e conquistas. Em 28 de setembro, vai chegar ao décimo aniversário, sete anos a mais do que a previsão que teve ao completar 1 ano e dois meses, quando foi diagnosticada com atrofia muscular espinhal (AME), doença das células que leva à fraqueza e à atrofia muscular com prejuízo de movimentos voluntários, como segurar a cabeça, sentar e andar.


Making of do filme “Antes que os Pés Toquem o Céu”, sobre a menina Íris Oliveira, diagnosticada com 1 ano e dois meses de vida com atrofia muscular espinhal (AME) / Foto: Renata Cabral

De presente, ela também ganha um curta-metragem, que relata um pouco de sua história de vida.

Nascida em Curitiba, Íris mora em Uberlândia, no interior de Minas Gerais, desde os dois anos. Os pais, a artista plástica Aline Giuliani e o skatista profissional Ricardo Porva, descobriram a doença porque ela engatinhava, mas não andava nem conseguia ficar em pé sozinha.

“Achamos estranho e a levamos a uma neurologista bem conceituada em Curitiba. Ela nos deu o diagnóstico depois de alguns exames. A resposta foi dada da forma mais dura possível. Ela nos disse que Íris só sobreviveria até os três anos de idade. A atrofia a impossibilitaria de se desenvolver”, conta a mãe.

O casal diz que foi difícil assimilar tudo o que a neurologista havia falado. “Para o Ricardo foi mais difícil. Ele ficou um mês fechado. Sem conversar direito e em uma tristeza de dar dó”, afirma Aline. “Foi muito duro tudo o que a médica falou. Eu acreditei que minha filha poderia ir embora precocemente e tentava entender”, explica Porva.

Foram então em busca de ajuda e de métodos para ajudar a filha a se desenvolver. Giuliani encontrou o apoio em outras mães, cujos filhos tinham a mesma doença. Ele buscou no esporte força para continuar lutando. Em 2006, quando Íris faria dois anos, ele foi campeão em um torneio na República Tcheca.

A primeira bicicleta

Íris fazia fisioterapia duas vezes por semana por orientação médica. Segundo Giuliani, os médicos tinham medo que ela sofresse fadiga muscular se fizesse muito esforço. “Mas um dia eu olhei para ela, com aquele sorriso todo e cheia de energia, e percebi que ela não podia ficar parada. Decidimos que ela tinha que se movimentar. Sempre que ela queria algo, nós a fazíamos engatinhar e buscar.”

Assim, Íris ganhou a primeira bicicleta, aos três anos. Os pais amarravam os pés dela ao pedal da bicicleta com fita adesiva, seguravam suas pernas e a estimulavam a pedalar. “Sempre praticamos esportes. Não tinha motivos para ela ficar só com a fisioterapia”, disse Porva.

Além da dificuldade de se locomover, Íris passou a sofrer com doenças respiratórias, comuns em crianças com atrofia muscular espinhal. Ela teve pneumonia e chegou a ficar internada na UTI. “Foram os quatro piores dias. Tive muito medo de que houvesse uma complicação maior e ela precisasse ficar mais tempo internada”, conta a mãe.

O clima frio de Curitiba fazia com que Íris adoecesse com facilidade, por isso decidiram se mudar para Uberlândia, com clima mais estável. “Até hoje, se bate um ventinho, eu a agasalho. Tenho muito medo de vê-la doente.”

Dois anos depois de se mudarem para o interior de Minas Gerais, Porva perdeu um patrocínio, ficou desempregado e o casal passou por dificuldades financeiras. “Eu me lembro que a Íris tinha um urso que ficava ao lado da cama. Era lá que o Ricardo guardava o dinheiro que ganhava nas competições. Quando chegou a esse período crítico, nós abrimos e contamos as notas. Pegamos tudo e demos de entrada na casa que moramos em Uberlândia”, diz Giuliani.

Enquanto a mãe fazia artesanato, o pai começou a dar aulas de skate e fazer edição de vídeos para se manterem. “Nós poderíamos ficar sem luz, sem água, sem nada, mas a fisioterapia da Íris estava garantida”, diz Giuliani.

Após uma reportagem, o Centro de Pesquisas Terapêutico em Curitiba propôs um módulo de fisioterapia intensiva para Íris. Mas eles teriam de arcar com os custos da viagem.

Rifas, bazares beneficentes e eventos ajudaram na arrecadação do dinheiro para garantir o tratamento. Ela vai a Curitiba pelo menos uma vez a cada seis meses. “Nós sempre nos esforçamos para dar a melhor condição de vida para a Íris. Ver o sorriso dela é a nossa recompensa”, conta o pai.

Hoje, ela estuda em uma das melhores escolas particulares de Uberlândia, graças a uma bolsa integral que a família ganhou. Faz natação duas vezes por semana, vai a fisioterapia, faz artesanato e sempre que pode acompanha o pai nos treinos de skate. “Eu não me sinto uma criança diferente. Estudo, pratico esporte e estou sempre em contato com as outras crianças”, diz Íris.

O filme

Toda essa história de lutas e conquistas virou um curta-metragem pelas mãos do cineasta Renato Cabral em um roteiro batizado de “Antes que os Pés Toquem o Céu”. “Quando aquela menina nasceu, eles disseram que ela não viveria muito tempo. Mas as histórias de amor mais bonitas são mesmo aquelas que ninguém acreditava que poderiam durar”, diz Cabral.

A ideia de fazer da história um roteiro de filme surgiu no início do ano, após Ricardo Porva procurar o cineasta para um projeto que contava sua jornada de atleta. “Nunca acreditei em um filme de skate, mas o conheci, me aproximei mais da sua família, conheci sua mulher e a Íris. E percebi que a luta daquela família para manter a menina Íris viva e vivendo nas melhores condições era, sim, uma história de amor única.”

De uma forma poética e sensível, o curta retrata a importância de ser forte, inclusive na hora da morte. “Eu não queria falar sobre a doença, as dificuldades, o tratamento. Eu queria que o filme e sua mensagem fossem algo muito íntimo, quase um recado de um pai ou de uma mãe para sua filha, sussurrado ao pé do ouvido”.






Mais da metade dos trabalhadores com deficiência têm deficiência física. E 61% têm ensino médio ou superior completo


Postado por Maria Célia Becattini

De Vera Garcia em 09.09.2014

O Ministério do Trabalho ainda não liberou todas as informações que dispõe sobre a presença de trabalhadores com deficiência no Brasil em 2013.

Espaço Cidadania

O Ministério do Trabalho ainda não liberou todas as informações que dispõe sobre a presença detrabalhadores com deficiência no Brasil em 2013. Em que atividades trabalham, qual sua raça/cor, há quanto tempo estão nas empresas, qual o tamanho das empresas em que trabalham, etc. Estas informações foram divulgadas na RAIS – Relação Anual de Informações Sociais de 2007 a 2012.

Na forma de apresentação do emprego formal brasileiro de 2013 o Ministério discriminou os trabalhadores com deficiência e não corrigiu sua falha até agora.

O que se sabe é que 50,7% dos trabalhadores com deficiência são “escolhidos” por ter deficiência física, e 61% têm Ensino Médio ou Superior Completo.

Sabe-se também que há 357.797 trabalhadores com deficiência, que representam apenas 0,73% dos trabalhadores brasileiros.

Se a lei de cotas fosse cumprida de verdade, por todas as empresas, teríamos 1.035.000 de trabalhadores com deficiência apenas nas empresas com cem ou mais empregados. E a lei acabou de completar 23 anos.

Fonte: Rede Saci

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cientistas criam ‘bengala inteligente’ que vibra para alertar cegos

Postado por Maria Célia Becattini


De PCD Deficiência on set 22, 2014




Cientistas do Instituto Indiano de Tecnologia de Nova Déli desenvolveram uma bengala inteligente para cegos que vibra ao detectar objetos e pessoas, ajudando a evitar que os usuários tropecem ao caminhar.


A Índia é o país com o maior número de deficientes visuais no mundo – são cerca de 12 milhões de pessoas.

Muitos não podem comprar equipamentos sofisticados, que podem chegar a R$ 2,3 mil. Esta nova bengala pode ser comprada por R$ 120.
O sensor que identifica objetos pode ser acoplado a qualquer bengala e pode ser trocado de uma para a outra.

Cerca de 1,5 mil bengalas inteligentes já estão sendo usadas na Índia.

A invenção tem dado mais autonomia a deficientes visuais como a professora Bahrti Kalra. Sem nenhuma visão, ela só conseguia chegar à sala de aula onde trabalha se recebesse ajuda.
Agora, com a nova bengala, ela se sente mais independente.
“Mesmo quando eu não estou sozinha, eu me sinto mais segura. Eu ando mais rápido”, conta ela. “E eu dependo menos dos meus pais e dos outros”.

Fonte: BBC Brasil

Após ser adotada, cadela ajuda menino com autismo a se desenvolver

Postado por Maria Célia

Der Vera Garcia em 10.09.2014

Xena foi encontrada desacordada na Geórgia, EUA, com apenas 1,8 quilos e várias marcas de agressão

Após ser encontrada à beira da morte e adotada por uma família no estado da Geórgia, nos Estados Unidos, uma cadelinha mostra que o amor entre homens e animais pode fazer coisas incríveis.

Xena, uma cadelinha vira-lata foi achada no meio da rua em estado lamentável, totalmente machucada, desnutrida (pesando apenas 1,8 kg) e inconsciente. Acolhida por uma instituição de proteção de animais norte-americana, ela recebeu atendimento e foi colocada para a adoção.


Os pais de Jonny Hickey, um menino de 8 anos, com autismo, viram o animal e resolveram acolhê-lo. Poucos meses depois, uma surpresa: não apenas Xena estava em rápido processo de recuperação, mas a criança começou a desenvolver a fala e ter reações até antes nunca percebidas pela família.

O pequeno Jonny tornou-se um menino falante e sorridente, segundo a própria mãe, Linda Hickey. Enquanto isso, Xena ganhou peso, se livrou das marcas dos maus-tratos e ganhou o apelido de “cadelinha guerreira”.


Após ver o desenvolvimento que o animal provocou em Jonny, a família começou a levar Xena em um hospital infantil em Atlanta, onde passou a visitar uma menina de 12 anos com câncer.

Fonte: Correio Braziliense

Um milhão de pessoas com deficiência fora da escola

Postado por Maria Célia Becattini

Vera Garcia em 12.09.2014


Embora o número de alunos especiais matriculados em turmas regulares tenha aumentado 100% em cinco anos, ainda há um batalhão de crianças e adolescentes sem acesso à educação

Quando Juliana Rocha dança na companhia da amiga Keila Pereira, fica difícil diferenciar qual delas teve uma paralisia do lado esquerdo do corpo. As adolescentes de 17 anos se esforçam para manter a sincronia dos passos de balé, no pátio do Centro Educacional nº 2 do Guará. Com a coreografia, as diferenças motoras ficam menos evidentes. Na plateia, há os que questionam: “quem é a menina do derrame na perna?” Só depois de uma falha técnica da música, os presentes percebem que Juliana tem dificuldades para andar até onde está o equipamento de som. “Eu nasci com uma má formação no cérebro. Depois de um acidente em casa, perdi os movimentos do lado esquerdo aos oito anos. Foi muito difícil, porque achei que não voltaria a dançar. Mas com a ajuda da escola e da minha amiga, eu vi que podia ser diferente”, conta.

Keila nem gosta de dançar balé, mas aceitou fazer a apresentação para acompanhar a amiga em umavisita de autoridades do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ao colégio. “Ela dançou para me ajudar. Assim como me ajuda com a matéria atrasada, se eu perco a aula para ir ao médico”, conta Juliana. Espectadora da dança, Rosângela Bieler é chefe global da frente da ONU sobre deficiência e garante que o Brasil está no caminho da inclusão escolar. Em cinco anos, de 2007 a 2012, o número de alunos com deficiência na escola regular passou de 306 mil para mais de 620 mil, um aumento de 102,78%, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). No entanto, a organização estima que há ainda cerca de 1 milhão de pessoas entre 0 e 19 anos com deficiência fora das escolas brasileiras.

O exemplo das amigas mostra como a diversidade dentro da sala de aula traz benefícios. A chefe do Unicef argumenta que a entrada de um aluno com deficiência em uma escola comum não deve ser pensada como uma aceitação de apenas uma pessoa diferente. “É a chance de a escola mostrar que pode incluir toda a sociedade. Porque ela (escola) deve estar pronta para servir a comunidade com todas as suas diferenças”. Segundo o professor de educação física do Centro Educacional nº 2 do Guará, Bruno Reichert, desde que a escola começou a adotar um programa de inclusão, os adolescentes estão mais conscientes do preconceito. “Os meninos veem de perto a dificuldade dos que têm deficiência. E aí acaba aquela brincadeirinha com quem fala errado ou com quem é mais gordinho. Mostra que a diferença é boa.”

O projeto em aplicação na escola do Guará, há oito anos, busca incluir os alunos com deficiência por meio dos esportes. Segundo Rosângela Bieler, o projeto é inovador, porque a maioria das escolas regulares tem justamente na disciplina de Educação Física a maior dificuldade de inclusão. Ali é proibido fazer trabalho escrito no lugar da participação da aula como vôlei, natação ou atletismo. “Eu desconhecia o que era salto em altura. No começo, eu tinha medo, mas fui mudando com o incentivo do professor”, conta o ex-aluno do colégio, Pedro Henrique da Cruz, 19 anos, que é cego. Por vezes, os professores propõe exercícios de “inclusão reversa”. Na piscina, por exemplo, crianças sem deficiência são desafiadas a nadar com um braço amarrado ou com uma venda nos olhos para se aproximar da realidade dos colegas.

Avanços
A presença de alunos com deficiência mental ou física na rede regular é assegurada por lei (leia quadro) e já existem pesquisas que apontam esse caminho como a melhor escolha para o desenvolvimento de crianças e jovens.
Em 2007, a Apae de São Paulo decidiu seguir recomendações internacionais, como as da ONU, para que crianças deficientes frequentassem escolas comuns. Para isso, extinguiu o colégio especial e passou a oferecer apenas atividades de apoio aos jovens. As famílias tiveram de colocar as crianças em outras escolas, de ensino fundamental. A Apae de SP fez então um estudo que acompanhou a evolução de 62 alunos: 40 em escolas regulares públicas e 22, em especiais.

Considerado pela Apae como o primeiro estudo quantitativo do país sobre o tema, a pesquisa verificou que, após três anos, quem estava em escola regular melhorou a autonomia, a socialização e, principalmente, a comunicação. Essas crianças passaram a, por exemplo, locomover-se sem ajuda pela escola; a procurar outros colegas para brincar; e a transmitir suas ideias, por meio da fala, de gestos ou de imagens. Os jovens que estavam em escolas especiais praticamente não tiveram evolução nas três áreas consideradas.

“A gente começou a perceber que os alunos eram mais dependentes na escola especial do que na escola regular”, afirma a responsável pelo serviço de apoio à inclusão escolar da Apae São Paulo, Viviane Perico. Com base nesse estudo, algumas outras unidades da Apae fecharam as portas, mas a maioria ainda se mantém aberta. Viviane, contudo, defende que as escolas especiais sejam recomendadas apenas para casos de deficiências graves. (DG)

O que diz a lei

A Resolução nº 4, de 2009, do Ministério da Educação (MEC) determina que as escolas devem matricular alunos com distúrbios genéticos nas classes comuns do ensino regular com Atendimento Educacional Especializado. O projeto pedagógico engloba salas multifuncionais, cronograma de atendimento e atividades educacionais específicas. Em 2001, o Decreto nº 3.956, de 2001, já definia que pessoas com distúrbios genéticos têm os mesmos direitos e liberdades fundamentais que os demais. O decreto considera discriminação toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência.
As diretrizes nacionais para a educação de alunos com deficiência foram instituídas na Resolução nº 2, de 2001, do MEC. Ficou definido que os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para ofertar atendimento que assegure as condições necessárias para à educação de qualidade para todos. Todos os dispositivos legais se baseiam no artigo 208 da Constituição Federal, que garante a universalização do atendimento especializado a alunos com deficiência na rede de ensino regular, com educação inclusiva, e estabelece o direito à integração plena dessas pessoas em todas as áreas da sociedade.

Fonte: O Imparcial

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Estudo propõe educação inclusiva para crianças surdas e autistas

Postado por Maria Célia Becattini
Educação - Edição do mês


Projetos são desdobramentos das reflexões em torno dos grandes desafios da Interação Humano-Computador

Desde 2006, a Sociedade Brasileira de Computação promove uma reflexão conjunta de pesquisadores sobre grandes desafios da pesquisa em computação no Brasil. Uma das linhas deste debate é a Interação Humano-Computador (IHC), que definiu cinco desafios para serem avaliados para o decênio 2012-2022: Futuro, Cidades Inteligentes e Sustentabilidade; Acessibilidade e Inclusão Digital; Ubiquidade, Múltiplos Dispositivos e Tangibilidade; Valores Humanos; Formação em IHC e Mercado.

O professor Ig Ibert Bittencourt, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), integra a pesquisa sobre Acessibilidade e Inclusão Digital. Após a apresentação do relatório, os grupos estão se dedicando a criar alternativas para o enfrentamento dos desafios avaliados.

O Instituto de Computação (IC) da Ufal está com duas linhas de atuação em acessibilidade: uma pesquisa sobre recursos tecnológicos para a educação em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, e outra voltada às crianças com autismo. "A proposta é desenvolver tecnologia que possibilite a inclusão de crianças em fase de alfabetização. Que recursos tecnológicos podem auxiliar os educadores na interação e na comunicação com crianças surdas e autistas no ambiente escolar?", questionou o professor Ig Ibert.

Segundo o pesquisador, que tem acompanhado estudos desenvolvidos pelo Centro de Educação (Cedu), existe uma grande dificuldade para as crianças surdas aprenderem o Português. Já as crianças ouvintes têm pouco interesse ou estímulo em aprender a Língua Brasileira de Sinais. Essa situação impõe uma barreira na comunicação entre os dois grupos. "Diante dessa realidade, pensamos em desenvolver um jogo didático que facilite a alfabetização bilíngue. Temos um protótipo em desenvolvimento, que ainda não foi testado", revelou.

O trabalho com a Língua Brasileira de Sinais está sendo realizado pelo aluno do mestrado, Denys Fellipe Souza Rocha. "Apesar de não ter ninguém no meu circulo de convivência com surdez, fiquei interessado nessa linha de pesquisa. Quando entrei na Universidade, fui informado de um projeto de tradutor da Língua de Sinais que estava em desenvolvimento desde 2001, e que estava parado porque faltava alguém para fazer as animações e alimentar o banco de dados do aplicativo com Sinais de Libras", relatou o estudante.

Denys Rocha desenvolveu então o AssistLibras, que é um assistente de construção de símbolos da Língua Brasileira de Sinais, projetado para que qualquer leigo em computação gráfica possa criar as representações. O estudo foi premiado como o melhor Trabalho de Conclusão de Curso, durante o Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, realizado na Universidade de Campinas (Unicamp), em novembro de 2013.

Outro desafio é contribuir com tecnologias que facilitem a inclusão escolar de crianças autistas. Não é uma tarefa fácil, porque escolas e educadores ainda estão pouco preparados para lidar com crianças que têm esse transtorno de desenvolvimento, que afeta as habilidades sociais e de comunicação.

Até mesmo as leis que garantem a convivência escolar para crianças com deficiência são recentes e a capacitação dos professores para lidar com as diferenças dentro de uma mesma sala de aula ainda está no início, fomentando muitas pesquisas e debates. Isso tudo não impediu que o aluno Ezequiel Batista, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), se interessasse pelo tema.

Ele integrou um grupo, que desenvolveu o aplicativo ABC Autismo, um jogo baseado em estudos da psicolinguística, criado para facilitar a aprendizagem de crianças e jovens com autismo, utilizando atividades interativas e atrativas. O aplicativo foi apresentado em feiras de informática e teve uma boa aceitação. Ele está disponível no Google Play para plataformas Android e já teve mais de quatro mil downloads.

Fonte: http://www.ufal.edu.br/

Principios Neurocognitivos para la enseñanza de nativos digitales. Dr. Roberto Rosler. Neurociencias

Postado por Maria Célia Becattini





Ciclista cego de São José realizará o sonho de percorrer o Caminho de Santiago de Compostela

Postado por Maria Célia Becattini




Para concretizar um sonho, os ciclistas Ricardo Carvalho, 46 anos, e Artur Mantelli Filho, 60, percorrerão 600 quilômetros em uma bicicleta tandem (para duas pessoas).

Juntos, os amigos pedalarão entre Espanha e Portugal para que o massoterapeuta Artur realize o sonho de conhecer o Caminho de Santiago de Compostela.

Ricardo, corretor de seguros e coordenador do projeto de inclusão social Novos Horizontes, conduzirá a bicicleta e descreverá as paisagens, as edificações e tudo que encontrar pela frente a Artur, que perdeu a visãoaos 26 anos, após ser atingido por uma bola, enquanto jogava futebol. A dupla partiu na noite desta quarta-feira para a Espanha, onde ficará durante duas semanas.

A ideia de viajar surgiu durante o trabalho. Não raramente, entre uma massagem e outra, Artur ouvia seus clientes falarem sobre os encantos de Santiago de Compostela.

“Foi então que comecei a me preparar para meu segundo ciclotur internacional”, contou. O massoterapeuta ressalta que está indo pela aventura em si, mas imagina que será influenciado pela atmosfera religiosa e mística que atrai milhares de viajantes a Santiago de Compostela, cidade espanhola.

A primeira pedalada fora do Brasil foi em Buenos Aires, na Argentina, em 2011. “Na primeira viagem pedi ao Cao (Ricardo) que comentasse sobre os lugares e as situações comigo como se eu estivesse vendo. Então ele dizia:

‘Que lindo este vitral. Que bela apresentação de tango’. Foi assim na Argentina e será desta forma na Europa também”, assegurou. Ele afirma que é um curioso e faz muitas perguntas.

A amizade entre os dois começou há menos de quatro anos, quando Ricardo foi até a Acic (Associação Catarinense para a Integração do Cego) para apresentar seu projeto de inclusão social.

“Mostrei o projeto em uma quinta-feira e no sábado começamos a passear pela Ilha”, disse. Artur aceitou de imediato a oportunidade de voltar a pedalar, desta vez com um condutor.

Assim, o massoterapeuta, morador do bairro Barreiros, em São José, se tornou o primeiro participante do grupo que tem atualmente 30 pessoas, oito delas cegas.

Desafio e superação
Artur Mantelli Filho encara a viagem como um desafio e uma superação. “Quando fiquei cego, passei pela negação. Não aceitava a perda da visão e acreditava que voltaria enxergar na próxima cirurgia”, disse.

Após ser atingido por uma bola, ele sofreu progressivo descolamento de retina. Em duas semanas não enxergava mais nada. “Sempre gostei de esportes. Parar era o pior de tudo para mim”, afirmou.

Artur passou por diversas cirurgias em São Paulo (SP), onde nasceu e morou até os 33 anos. Nada resolveu. Seu caso é considerado raro pela medicina.

“Após o fundo do poço, após tentar dirigir, pedalar e surfar me conscientizei da minha nova condição e daí deixei de ser vítima”, relatou o pai de dois filhos.

Aventura deve se transformar em livro

A dupla de ciclistas registrará a aventura em vídeos e fotos, para futuramente, se tudo der certo, escrever um livro sobre as impressões do cicloturismo.

Essa será a terceira vez que Ricardo Carvalho percorrerá o Caminho de Santiago de Compostela. “Iremos por caminhos diferentes. Apenas a chegada à cidade será no mesmo local”, garantiu.

Ricardo e Artur passarão pelas cidades espanholas de Madri, Burgos, Tui e Ponte Vedra. Em Portugal percorrerão Bragança, Santuário de Fátima, Figueira da Foz e Aveiro.

Outros dois amigos, um de bicicleta e outro de carro, acompanharão a aventura da dupla. A bicicleta tandem foi doada pela Cassol Centerlar. A previsão é pedalar em média 80 quilômetros por dia.

Fonte: Notícias do Dia

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A superação do coitadinho...


Postado por Maria Célia Becattini

Por Luiz Ventura

Senhoras e senhores, não estou aqui com a pretensão de motivá-los, de transformá-los em pessoas produtivas, de dar a vocês informações ou razões que poderiam levá-los às gargalhadas. Não estou aqui para fazê-los rir.

O que eu quero é arrancar de vocês um momento de reflexão. Ou vários momentos. Reflexão sobre as suas deficiências.

Acredite, você é uma pessoa com deficiências. No plural, ‘deficiênciassss’, porque, certamente, há mais de uma.

Antes da reflexão, o entendimento.

Quando surge a palavra ‘deficiência’, muitos olham para o próprio corpo, procurando algum defeito. ‘Do que esse sujeito tá falando?’.

E há sempre alguém ofendido, porque deficiência é coisa de gente que usa cadeira de rodas, não escuta, não enxerga, coisa de “doente mental”, “retardado”, “aleijado”.

No fundo, são apenas palavras.

Existem algumas palavras que elevam o sujeito: positividade, perseverança, motivação.

Quando a pessoa consegue alcançar vitórias consideradas, por alguns, impossíveis, ele vai direto ao posto de ‘herói’ e a palavra do momento é ‘superação’.

Eis nosso primeiro momento de reflexão. Sobre a superação.




Houve uma vitória, uma conquista. E se isso foi possível, certamente, é fruto de treinamento, estudo, disciplina, educação, dedicação, perseverança, equilíbrio, força e concentração.

É muito comum atribuir à pessoa que se torna vencedora, em qualquer segmento, um status de ‘guerreira’.

E você vê na TV ou lê em jornais e revistas que essa pessoa ‘superou os próprios limites’.

E quando o vitorioso é uma pessoa com deficiência, usa-se essa característica para afirmar que o sujeito venceu a deficiência, ‘porque é guerreiro’ e ele vira uma inspiração, um exemplo.

O problema não está na apresentação dessa pessoa como exemplo, porque ela é exatamente isso. E a vitória foi conquistada porque houve, novamente, treinamento, estudo, disciplina, educação, dedicação, perseverança, equilíbrio, força e concentração.

O equívoco é criar essa relação direta entre a vitória e a deficiência. ‘Fulano superou a perda de uma perna e, por isso, ganhou a medalha de ouro’.

Claro que não!!!

O sujeito ganhou a medalha de ouro porque tem as qualidades necessárias para essa conquista. Já nasceu assim. E o tempo que demorou para descobrir a força que tem, ou as circunstâncias que provocaram essa descoberta, são detalhes muito particulares.

Há gente vai torcer o nariz, fica indignado, e dizer que estou minimizando ou diminuindo a importância da deficiência. Quando surge essa revolta, cabe uma pergunta: importância da deficiência?.

Por que uma deficiência tem importância?

Por que é necessário viver em função de uma deficiência?

Por que uma pessoa com deficiência é a ‘coitadinha’ que superou, seja lá o que for, para ser vencedora?


Eis o segundo momento de reflexão. Sobre o coitadinho.



Existe um atraso enorme nesta filosofia, porque coloca a pessoa com deficiência em uma ‘categoria’ diferente de pessoa. Há uma tendência para a piedade. E ninguém quer a piedade alheia.

Precisamos ultrapassar as barreiras criadas pela falta de conhecimento. Muito do que se imagina sobre a rotina de uma pessoa com deficiência é equivocado, porque essas avaliações têm base em suposições. Porque são normalmente feitas por quem não sabe nada sobre esse universo. E, com essas avaliações equivocadas, surgem opiniões e decisões, igualmente equivocadas.

Deficiências existem de diversas formas. Temporárias ou permanentes, não são exclusividade de determinado grupo social, não têm maior ou menor incidência por causa de condições financeiras, não se concentram em alguma etnia. Deficiências fazem parte da condição humana e, desta forma, devem ser encaradas como características do indivíduo. E nunca, jamais, devem ser fatores determinantes para colocar esse indivíduo em posição superior ou inferior.

A melhor forma de modificar essas avaliações é pensar em cenários universais. Em ações, construções, leis, fiscalizações, oportunidades, acessos, linguagens, informações, e tudo mais criado a partir de um pensamento no qual todas pessoas têm a mesma possibilidade, onde as características individuais não se tornam obstáculos. Devemos pensar que tudo deve ser criado para todos.


Eis o terceiro momento de reflexão. Sobre como você vive em função das suas deficiências.



Se há uma relação direta entre a deficiência e a ausência de algo, de um membro, de um sentido, da capacidade de fazer um movimento, de cognições que impedem o pleno desenvolvimento intelectual, então, existem muitas ‘pessoas com deficiência’ que, na verdade, não são pessoas com deficiência, porque são capazes de ações que outros, sem deficiências, não são (em teoria).

Precisamos reavaliar constantemente o que realmente significa ‘ter uma deficiência’ e, a partir dessa nova avaliação, mudar a forma como convivemos com as deficiências e, assim, deixar de viver em função disso. Principalmente porque a ausência de um membro, de um sentido, da capacidade de fazer um movimento, de cognições que impedem o pleno desenvolvimento intelectual, não são, e jamais devem ser, fatores determinantes na evolução do indivíduo.

Após todas essas palavras, considerações e reflexões, lanço a você um desafio. Pense em pessoas e na capacidade individual de vencer os limites impostos pela natureza ou pelas circustâncias.

Fernando Fernandes é atleta da paracanoagem. Diz ter encontrado na modalidade – na qual é campeão brasileiro, sul-americano e mundial – uma mistura de liberdade e redescoberta da capacidade. Foi jogador de futebol profissional, praticou boxe amador e já trabalhou como modelo, além de frequentar a faculdade de Educação Física. “É a cabeça que determina o ritmo de uma pessoa com deficiência, não é o corpo. O que define isso é a vontade. A deficiência, a dificuldade e a limitação são apenas obstáculos a serem vencidos”.


Roseane dos Santos, Paratleta. Foto: Divulgação / Vencer Limites

Roseane dos Santos, ou apenas Rosinha, tinha 18 anos quando foi atropelada por um caminhão em Recife. Uma semana após o acidente, os médicos decidiram amputar sua perna esquerda. Hoje, tem mais de 50 medalhas, conquistadas em diversas competições. É tetracampeã dos Jogos Panamericanos, venceu as provas de arremesso de disco e de peso nos Jogos Paralímpicos de Sidney (2000) e foi recordista mundial em Athenas (2004). Atualmente, treina para os Jogos do Rio 2016. Ela afirma que o esporte paralímpico brasileiro precisa de investimento. “Tem de ser desde criança. Mostrar o esporte, inicialmente, como uma brincadeira. O problema é que, no Brasil, falta profissional para trabalhar com as crianças”.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Brasileiro cria app que ensina matemática a crianças com deficiência visual


Postado por Maria Célia Becattini





Aluno de mestrado na Unicamp e professor de informática, Henderson Tavares de Souza desenvolveu umaplicativo que ajuda crianças com deficiência visual a aprender matemática.

O MiniMateVox é voltado para alunos de 6 anos do ensino fundamental e oferece atividades de matemática, inclusão digital e recreação.

A metodologia de ensino do software sugere diferentes maneiras de utilização dos recursos em 20 aulas. Cada uma delas dura em média duas horas e reúne 15 atividades.

Segundo o desenvolvedor, o software deve ser utilizado como recurso complementar às aulas para que o aluno seja capaz de realizar as mesmas atividades propostas num livro didático recomendado pelo Ministério da Educação.

“Identificamos, por meio de pesquisas na literatura científica e avaliações nas instituições de ensino regular e especializado, que há uma carência muito grande na área de matemática para o aprendizado de crianças com deficiência visual.

Surgiu então a nossa proposta de aprimorar o ensino da matemática para essas crianças. Existem muitas pesquisas e iniciativas voltadas para o ensino de pessoas com deficiência visual, mas a maioria delas é focada no ensino superior, para o desenvolvimento de atividades de matemática mais complexas”, justifica Henderson de Souza.

O projeto de Henderson utiliza o sistema operacional Dosvox. Idealizada por Antônio Borges, professor daUFRJ, a plataforma permite que as pessoas com deficiência visual desempenhem diversas tarefas por meio do computador.

O sistema interage com o usuário por voz e possui mais de 80 aplicativos, entre eles formatador para o sistema braille, dicionários, caderno de telefones, agenda, jogos diversos, navegador de internet, correio eletrônico, leitor de telas e livros.

Fonte: Olhar Digital

Mulheres com deficiência física contam como encararam o preconceito

Postado por Maria Célia Becattini

Ser mulher, por si só, é bastante trabalhoso, afinal é preciso se desdobrar em diversas funções no trabalho, em casa, com os filhos, nos estudos, entre outras atividades. Para as mulheres que possuem algum tipo de deficiência, a rotina é ainda mais desafiadora, já que, além de dar conta de tudo o que uma mulher costuma fazer, ainda precisam lidar diariamente com dificuldades de acessibilidade e com manifestações de preconceito.

Quem enfrenta estes problemas, mas mesmo assim não deixa de ter uma vida ativa é a atleta paralímpica de esgrima e diretora de esportes da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP), Janaína Aguilera, 25. Paraplégica há oito anos, após um acidente de carro que provocou uma lesão em sua medula, ela precisou se adaptar às limitações do seu corpo para poder voltar às atividades que uma jovem faz diariamente. “Eu era adolescente na época do acidente e por ter tido um excelente suporte durante minha reabilitação, consegui ter uma juventude normal. Mas isto infelizmente, não acontece com todas as pessoas”, avalia.


Janaína Aguilera, atleta paralímpica. Foto: Gerson Klaina.

A jovem trabalha, faz faculdade e ainda mantêm suas atividades sociais – como sair com os amigos, frequentar shows, barzinhos e eventos culturais, mas conta que apesar de bem resolvida, ainda sofre em algumas situações. “Já passei por problemas como dificuldade de acessibilidade em vários locais, preconceito e também enfrentei situações constrangedoras relacionadas à falta de preparo de algumas pessoas que trabalham com o público, como alguns cobradores e motoristas que ainda não são capacitados no trato com a pessoa com deficiência e no manejo do elevador instalado nos ônibus da cidade”, lamenta.

Para ela, o que falta é humanização. “As pessoas olham o tempo todo para a pessoa com deficiência, elas não estão acostumadas com quem é diferente. Por isso, não desisto de estar nos lugares, para naturalizar a questão e tentar de alguma forma, deixar um mundo melhor para quem está por vir”.

Defensora de seus direitos

Protagonista de uma história parecida com a de Janaína, a Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Curitiba, Mirella Prosdocimo, é um exemplo de luta em prol das pessoas com deficiência. Ela também sofreu um acidente de carro aos 17 anos, mas no seu caso, a lesão na altura do pescoço paralisou os movimentos de pernas e braços, deixando Mirella tetraplégica.

Ela conta que antes do acidente não tinha nenhum contato com pessoas com deficiência e sua visão sobre a situação era igual a de muita gente que só acompanha o assunto à distância. “Eu achava que quem tinha alguma deficiência era uma “pessoa coitadinha”, totalmente incapacitada. Era uma visão errada e preconceituosa, que ainda é comum entre as pessoas”, diz.

Desde o acidente, há 23 anos, Mirella passou por diversas situações que envolveram isolamento social, dependência da família, aceitação e reabilitação, a redescoberta de seus potenciais e de sua autoestima na época da faculdade, até chegar a condição atual de mulher bem sucedida e defensora de seus direitos. “Levei cerca de 10 anos para voltar a ser protagonista da minha vida. Quando voltei a estudar percebi que era capaz de produzir, fazer amigos e namorar”.

Ela acredita que o preconceito e falta de informação ainda são as piores barreiras enfrentadas por deficientes físicos, cegos, surdos ou com outros tipos de problema. “As pessoas geralmente não sabem como lidar com o deficiente. Ainda é comum alguém estender as mãos para me cumprimentar. Mas ao invés de ficar constrangida a pessoa poderia simplesmente pedir desculpas e me dar um beijo no rosto, lidando com a situação com normalidade”, explica.

De acordo com Mirella, uma saída para melhorar a convivência entre as pessoas é ensinar as crianças a lidar com os deficientes com naturalidade, chegando perto, perguntando e conhecendo. “Ter esta preocupação é importante, afinal, todos, ao envelhecer, poderão enfrentar algum tipo de dificuldade e limitação”, diz.

Especialista em inclusão, Mirella assumiu a Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência em janeiro do ano passado e trabalha para promover ações educativas e de conscientização, com objetivo de trazer mais inclusão para os deficientes e capacitação para os agentes públicos. “Temos projetos em andamento em relação ao transporte de deficientes como o Ônibus Acesso, aumento da frota de táxis adaptados, adaptação dos espaços culturais da cidade e ações que melhorem as condições de empregabilidade dos deficientes, entre outros projetos”, apresenta.

Prática de esportes

Para ajudar outras pessoas com deficiência física durante o processo de reabilitação, o departamento de esportes da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP) oferece práticas de fisioterapia e de modalidades esportivas, entre elas o tênis de mesa, que possui vários atletas premiados e a esgrima em cadeira de rodas, esporte em que Janaína Aguilera é a número 1 no ranking brasileiro. Atualmente a ADFP conta com 50 atletas em cinco modalidades esportivas. “Para quem está em fase de reabilitação, o esporte é muito importante. Ele fortalece o corpo e faz com que a pessoa tenha capacidade de superar obstáculos, para enfrentar as atividades diárias, além de promover a socialização e a troca entre as pessoas”, explica Janaína.

domingo, 14 de setembro de 2014

Por que Heloísa? Filme conta a história do primeiro dia de aula de uma menina com paralisa cerebral

Postado por Maria Célia Becattini

Filme conta a história do primeiro dia de aula de uma menina com paralisa cerebral e provoca debate sobre inclusão06 de maio de 201315


Tudo começou com um livro. Por que Heloísa narra a primeira infância de uma menina que tem paralisia cerebral. Na obra, a autora Cristiana Soares aborda as dificuldades que uma criança com deficiência enfrenta – em casa e na escola. A trajetória de Heloísa é baseada em uma história real e agora virou um filme de animação. O curta tem o mesmo nome e foco no primeiro dia de aula de uma pessoa com paralisia cerebral em uma escola comum.



O projeto Por que Heloísa tomou corpo, ainda, com um blog. Outro exemplo é o documentário Todos com Todos, que registra experiências de inclusão de crianças com deficiência em escolas da rede pública e privada. O livro, o blog e os filmes são oportunidades de professores e instituições adotarem a tecnologia a favor da inclusão. Todos os materias estão disponíveis na internet e são gratuitos.

Por que Heloísa? – versão Libras from cristiana soares on Vimeo.

Projeto exige mobiliário adequado para aluno canhoto ou com deficiência

POstado por Maria Célia Becattini

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 7109/14, do Senado Federal, que obriga todas as escolas de educação básica e as instituições de ensino superior a adotar mobiliário adequado à idade dos alunos e à sua condição de destros, canhotos ou pessoas com deficiência.

O projeto acrescenta dispositivo à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei 9.394/96). Segundo o autor, o ex-senador Marconi Perillo, a medida busca permitir igualdade de condições de permanência em sala de aula para todos os alunos, indistintamente, como assegura a Constituição.

Tramitação

De caráter conclusivo, a proposta será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta

PL-7109/2014

Fonte: Agência Câmara Notícias

Jovens com deficiência ganham espaço em restaurantes italianos


Postado por Maria Célia Becattini

Cantinas e pizzarias vêm contratando jovens com síndrome de Down e autismo leve, mas rejeitando a conotação assistencialista.

Jovens com deficiência intelectual, síndrome de Down e autismo leve têm conquistado espaço profissional em novas cantinas e pizzarias italianas, que tentam expandir sua contratação para todo o país.

Muitos desses restaurantes são criados por associações e cooperativas, já incorporando a mão de obra de jovens com deficiência que passaram por cursos de especialização.

Só na Locanda dei Girasoli, em Roma, 15 funcionários com necessidades especiais trabalham na cozinha, servindo às mesas ou na fabricação de doces.


Viviana Ponzelli, 39, é garçonete no local há oito anos e portadora da síndrome de Down (Foto: Erika Zidko/BBC)

Graças ao sucesso da experiência, os responsáveis estão abrindo outras filiais do restaurante, uma delas em Palermo, na Sicília, e pensam em transformar a ideia numa franquia.

“Recebemos diversos pedidos de consultoria por parte de associações e restaurantes interessados em adotar o nosso modelo. Estamos criando um protocolo com ajuda de especialistas de diferentes setores, porque não se trata de um sistema para atrair clientes ou para fazer assistencialismo”, disse à BBC Brasil o presidente da Cooperativa Social Sintese, responsável pela gestão do local, Enzo Rimicci.

“É muito importante evitar especulações. Nosso objetivo é o acesso efetivo desses jovens ao mercado de trabalho”, afirmou.

No restaurante, os funcionários portadores de deficiência têm o mesmo tratamento previsto aos trabalhadores da categoria. “São todos remunerados, inclusive os estagiários. Assim como os demais, eles também recebem treinamento e têm horário de trabalho e funções específicas”, disse Rimicci.

Como em qualquer atividade comercial, os empregados passam por um processo de seleção. “O trabalho em restaurantes requer agilidade. É preciso dizer sem rodeios que são pessoas com deficiências cognitivas e que nem todas são aptas a realizar este tipo de atividade”, explica.

“Os que não superam o período de prova certamente poderão realizar um outro trabalho. Há sempre uma oportunidade para todos”.

Boa comida e integração social

Para o ajudante de cozinha Emanuele Raffaele, jovem de 24 anos com síndrome de Down, o segredo da boa cozinha é o cuidado com os ingredientes.

“Para preparar algo bom é necessário lavar bem as hortaliças e verduras, saber cortar as partes duras ou eliminar as folhas ruins”. Para ele, poder trabalhar na cozinha é uma conquista e o próximo passo é aprender a preparar peixes. “Vejo tudo com os olhos, depois memorizo e repito tudo o que o chef faz”, disse à BBC Brasil.

Segundo a mãe de Emanuele, Antonella Marrazzi, o trabalho no restaurante tem ajudado o filho a amadurecer. “Vejo que a cada dia ele adquire mais segurança no modo de relacionar-se com os colegas e com os chefes no seu trabalho. Hoje ele se sente importante”, disse.

Entre os funcionários especiais, a mais antiga da casa é Viviana Ponzelli, garçonete de 39 anos e portadora de Down, que trabalha no local há oito anos. “Preparo a mesa e sirvo os clientes. Estou bem aqui”, contou.

“Se os clientes vissem que os portadores de deficiência estão no nosso restaurante sem fazer nada, pensariam que estão fazendo beneficência. Não é o nosso caso. As pessoas vêm ao nosso local porque come-se bem e porque há jovens com algumas dificuldades fazendo o próprio trabalho”, afirma o responsável pelo restaurante.

Em toda Itália

Outro local em Roma a empregar pessoas com deficiências intelectuais é a Trattoria degli Amici, localizado no bairro de Trastevere. Em Florença o restaurante I ragazzi del Sipario abre apenas para almoço, enquanto em Milão o serviço de catering do Laboratório Procaccini Quattordici deve ser reservado com muita antecedência.

Em Modena, o La Lanterna di Diogene emprega jovens com síndrome de Down inclusive na própria horta.

Aberto em Turim em 2008, o Caffè Basaglia também conta com funcionários especiais. O nome é uma homenagem ao psiquiatra Franco Basaglia, responsável pela lei de 1978 que aboliu os manicômios na Itália em favor da criação de redes de serviços territoriais de assistência às pessoas com distúrbio mentais.

Fonte: G1

Com doença degenerativa, aluno cria teclado virtual e conclui mestrado


Postado por Maria Célia Becattini

Claudio Luciano Dusik apresentou dissertação em 26/03 na UFRGS. No trabalho, apresentou o Mousekey, programa que o auxilia a escrever.

Por Luiza Carneiro

Superação é rotina na vida de Claudio Luciano Dusik, 36 anos. Nascido em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegrex, foi diagnosticado ainda quando criança com uma doença degenerativa. Passo a passo, venceu obstáculos até concluir com nota máxima, nesta terça-feira (26), o mestrado em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sulx. Em sua dissertação, mostrou como estudou e desenvolveu ao longo da graduação um teclado virtual, o Mousekey, que auxilia pessoas com limitação a escrever e se comunicar.

Claudio tem atrofia muscular espinhal (AME), doença que deforma o corpo e limita os movimentos. As impossibilidades causadas pelo transtorno, no entanto, nunca foram barreira para ele desistir. Desde cedo, a mãe Elisa Arnoldo acreditou na capacidade do filho de vencer os obstáculos e, praticamente, implorou para que escolas o aceitassem. “Com apenas cinco anos entrei em uma classe de primeira série e consegui me alfabetizar”, contou Claudio durante a banca, sentado em uma cadeira de rodas adaptada.

Sem acessibilidade, ele passava os intervalos sozinho na sala de aula, pois estudava no primeiro andar e não conseguia descer as escadas para se juntar aos colegas. Ele lembra que só começou a ser aceito e a socializar com os estudantes na 3ª série. “Um professor criou um projeto chamado ‘ajudante do dia’. Foi ali que comecei a ter contato com as outras crianças. Eles me levavam para o pátio e adaptavam as brincadeiras para mim”, lembra, com naturalidade. Na amarelinha, Claudio ajudava a atirar as pedras. Já na corda, os amigos empurravam a cadeira de rodas, assim como no pega-pega. “O pega-pega era a minha brincadeira preferida. Eles me empurravam e muitas vezes caía. Não sabia se chorava pelos machucados ou de felicidade”, disse, arrancando risos de mais de 50 pessoas, entre conhecidos e desconhecidos, que assistiam a sua defesa.


Orgulhosa, a mãe de Cláudio sempre garantiu educação e saúde ao filho (Foto: Luiza Carneiro/ G1)

Desenganado desde bebê, a previsão era de 14 anos de vida. As impossibilidades aos poucos foram se transformando em possibilidades para Claudio. Com o avanço da doença durante a graduação de psicologia e a perda do movimento das mãos, sentiu a necessidade de desenvolver algo onde pudesse continuar a escrever textos. Foi dali que surgiu a ideia do Mousekey. “Nos intervalos das aulas, ia para a biblioteca estudar informática”, relembrou. Com apoio da família, desenvolveu o teclado, que funciona principalmente pelo movimento do mouse e cliques, detalha o alfabeto, sílabas, pronomes e sílabas acentuadas.

Já no mestrado de educação, teve a oportunidade de estudar outros recursos e conhecer pessoas que, assim como ele, também enfrentavam dificuldades no aprendizado. Em um grupo de pesquisa com cinco deficientes físicos garantiu o entendimento dos recursos necessários para a melhoria do aplicativo. “A escrita vai além do contexto escolar. Ela entra no contexto social da pessoa. Estes sujeitos querem também participar da vida em comunidade e terem produtividade”, explicou. “Foi emocionante conhecer estas pessoas. E não somente vi que estava ajudando, mas também percebi que, por muito pouco, não estava ali trancado também. Tenho um orgulho enorme”, emocionou-se.

Atualmente, atua como funcionário da Secretaria de Educação e, agora mestre da área, quer continuar na carreira de professor. Na UFRGS, auxilia alunos no curso de Educação à Distância e divide a rotina entre o trabalho e os estudos. Nos próximos meses irá apresentar a dissertação em um congresso de acessibilidade no México, ao lado da orientadora, a doutora em educação Lucila Maria Costi.

A mãe Elisa é só elogios. “Tenho seis filhos. Uma delas morreu no ano passado e a outra tem a mesma doença que o Claudio. Estou muito orgulhosa e sempre busquei todos os recursos para eles, seja na saúde ou na educação”, disse ao G1.

Em Esteio, um grupo de amigos se reuniu para assistir ao vivo, em um telão, a banca de Claudio. Para o futuro, planeja patentear o produto e especializar-se ainda mais em um doutorado. “Quero escrever p-o-s-s-í-v-e-l nas histórias de prováveis impossíveis”, finalizou a apresentação garantindo aplausos, em pé, dos admiradores.

Fonte: G1

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Entendendo o autismo

Postado por Maria Célia Becattini

- Transtorno Desafiador Opositivo - (TDO)

Postado por Maria Célia Becattini

Aprendizagem x Saúde Mental

- Transtorno Desafiador Opositivo - (TDO)

A característica essencial do Transtorno Desafiador Opositivo é um padrão recorrente de comportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil para com figuras de autoridade, que persiste por pelo menos 6 meses e se caracteriza pela ocorrência freqüente de pelo menos quatro dos seguintes comportamentos:

1.perder a paciência ,
2.discutir com adultos ,
3.desafiar ativamente ou recusar-se a obedecer a solicitações ou regras dos adultos,
4.deliberadamente fazer coisas que aborrecem outras pessoas,
5. responsabilizar outras pessoas por seus próprios erros ou mau comportamento,
6.ser suscetível ou facilmente aborrecido pelos outros,
7.mostrar-se enraivecido e ressentido,
8.ser rancoroso ou vingativo.

A fim de se qualificarem para o Transtorno Desafiador Opositivo, os comportamentos devem ocorrer com mais freqüência do que se observa tipicamente em indivíduos de idade e nível de desenvolvimento comparáveis e deve acarretar prejuízo significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional. O diagnóstico não é feito se a perturbação do comportamento ocorre exclusivamente durante o curso de um Transtorno Psicótico ou do Humor ou se são satisfeitos os critérios para Transtorno de Conduta ou Transtorno da Personalidade Anti-Social (em um indivíduo com mais de 18 anos).

Os comportamentos negativistas ou desafiadores são expressados por teimosia persistente, resistência a ordens e relutância em comprometer-se, ceder ou negociar com adultos ou seus pares. O desafio também pode incluir testagem deliberada ou persistente dos limites, geralmente ignorando ordens, discutindo e deixando de aceitar a responsabilidade pelas más ações. A hostilidade pode ser dirigida a adultos ou a seus pares, sendo demonstrada ao incomodar deliberadamente ou agredir verbalmente outras pessoas (em geral sem a agressão física mais séria vista no Transtorno da Conduta). As manifestações do transtorno estão quase que invariavelmente presentes no contexto doméstico, mas podem não ser evidentes na escola ou na comunidade.

Os sintomas do transtorno tipicamente se evidenciam mais nas interações com adultos ou companheiros a quem o indivíduo conhece bem, podendo assim não serem perceptíveis durante o exame clínico. Em geral, os indivíduos com este transtorno não se consideram oposicionais ou desafiadores, mas justificam seu
comportamento como uma resposta a exigências ou circunstâncias irracionais.

- Características e Transtornos Associados

As características e transtornos associados variam em função da idade do indivíduo e gravidade do Transtorno Desafiador Opositivo. No sexo masculino, o transtorno é mais prevalente entre aqueles indivíduos que, nos anos pré-escolares, têm temperamento problemático (por ex., alta reatividade, dificuldade em serem acalmados) ou alta atividade motora. Durante os anos escolares, pode haver baixa auto-estima, instabilidade do humor, baixa tolerância à frustração, blasfêmias e uso precoce de álcool, tabaco ou drogas ilícitas. Existem, freqüentemente, conflitos com os pais, professores e companheiros. Pode haver um círculo vicioso, no qual os pais e a criança trazem à tona o que há de pior um do outro.

O Transtorno Desafiador Opositivo é mais prevalente em famílias nas quais os cuidados da criança são perturbados por uma sucessão de diferentes responsáveis ou em famílias nas quais práticas rígidas, inconsistentes ou negligentes de criação dos filhos são comuns.

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é comum em crianças com Transtorno Desafiador Opositivo, bem como os Transtornos da Aprendizagem e da Comunicação.

- Características Específicas à Idade e ao Gênero

Uma vez que o comportamento oposicional temporário é muito comum em crianças pré-escolares e adolescentes, deve-se ter cuidado ao fazer o diagnóstico de Transtorno Desafiador Opositivo, especialmente durante esses períodos do desenvolvimento. O número de sintomas de oposição tende a aumentar com a idade. O transtorno é mais prevalente em homens do que em mulheres antes da puberdade, mas as taxas são provavelmente iguais após a puberdade. Os sintomas em geral são similares em ambos os gêneros, à exceção do fato de que os homens podem apresentar mais comportamentos de confronto e sintomas mais persistentes.

- Prevalência

As taxas de Transtorno Desafiador Opositivo são de 2 a 16%, dependendo da natureza da amostra populacional e métodos de determinação.

- Curso

O Transtorno Desafiador Opositivo em geral se manifesta antes dos 8 anos de idade e habitualmente não depois do início da adolescência. Os sintomas opositivos freqüentemente emergem no contexto doméstico, mas com o tempo podem aparecer também em outras situações. O início é tipicamente gradual, em geral se estendendo por meses ou anos. Em uma proporção significativa dos casos, o Transtorno Desafiador Opositivo é um antecedente evolutivo do Transtorno da Conduta.

- Diagnóstico Diferencial

Os comportamentos diruptivos dos indivíduos com Transtorno Desafiador Opositivo têm uma natureza menos severa do que os de indivíduos com Transtorno da Conduta e tipicamente não incluem agressão a pessoas ou animais, destruição de propriedades ou um padrão de furto ou defraudação. Uma vez que todos os aspectos do Transtorno Desafiador Opositivo em geral estão presentes no Transtorno da Conduta, aquele não é diagnosticado se são satisfeitos os critérios para Transtorno da Conduta. O comportamento opositivo é uma característica associada comum dos Transtornos do Humor e dos Transtornos Psicóticos que se apresentam em crianças e adolescentes, não devendo ser diagnosticado em separado se os sintomas ocorrem exclusivamente durante o curso de um Transtorno do Humor ou Psicótico.

Os comportamentos de oposição também devem ser diferenciados do comportamento diruptivo que resulta da desatenção e impulsividade no Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Quando os dois transtornos ocorrem simultaneamente, ambos os diagnósticos devem ser feitos. Em indivíduos com Retardo Mental, um diagnóstico de Transtorno Desafiador Opositivo é dado apenas se o comportamento oposicional é acentuadamente maior do que aquele em geral observado entre indivíduos de idade, gênero e gravidade do Retardo Mental comparáveis.

O Transtorno Desafiador Opositivo também deve ser diferenciado de um fracasso em obedecer a comandos resultante de prejuízo na compreensão da linguagem (por ex., perda auditiva, Transtorno Misto da Linguagem Receptivo-Expressiva). O comportamento oposicional é uma característica típica de certos estágios do desenvolvimento (por ex., infância ou adolescência). Um diagnóstico de Transtorno Desafiador Opositivo deve ser considerado apenas se os comportamentos ocorrem com maior freqüência e têm conseqüências mais sérias do que se observa tipicamente em outros indivíduos de estágio evolutivo comparável e se acarretam prejuízo significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.

- Um novo início de comportamentos opositivos na adolescência pode ser devido ao processo normal de individuação.

Critérios Diagnósticos para - Transtorno Desafiador Opositivo

A. Um padrão de comportamento negativista, hostil e desafiador durando pelo menos 6 meses, durante os quais quatro (ou mais) das seguintes características estão presentes:

(1) freqüentemente perde a paciência
(2) freqüentemente discute com adultos
(3) com freqüência desafia ou se recusa ativamente a obedecer a solicitações ou regras dos adultos
(4) freqüentemente perturba as pessoas de forma deliberada
(5) freqüentemente responsabiliza os outros por seus erros ou mau comportamento
(6) mostra-se freqüentemente suscetível ou é aborrecido com facilidade pelos outros
(7) freqüentemente enraivecido e ressentido
(8) freqüentemente rancoroso ou vingativo
Obs: Considerar o critério satisfeito apenas se o comportamento ocorre com maior freqüência do que se observa tipicamente em indivíduos de idade e nível de desenvolvimento comparáveis.
B. A perturbação do comportamento causa prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
C. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante o curso de um Transtorno Psicótico ou Transtorno do Humor.
D. Não são satisfeitos os critérios para Transtorno da Conduta e, se o indivíduo tem 18 anos ou mais, não são satisfeitos os critérios para Transtorno da Personalidade Anti-Social. (Fonte: Psiqweb)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Porque é que temos uma infância tão longa?

Postado por Maria Célia Becattini


POR HUGO RODRIGUES • 1 DE SETEMBRO DE 2014 - 13:40


Nós somos os mamíferos que mais demoram a alcançar o desenvolvimento corporal maduro e adulto. É necessária mais de uma dezena de anos, três ou quatro vezes mais tempo do que as espécies mais próximas de nós.

Aos quatro anos, por exemplo, enquanto os nossos “primos” chimpanzés já se encontram na sua idade reprodutiva, a espécie humana apresenta-se num estado indefeso e muito dependente dos adultos para a sua sobrevivência.

Porque é que isto é assim? Porque necessitamos de uma infância tão prolongada? Uma resposta, procurada há muitos anos por antropólogos e outros cientistas, foi agora publicada na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” dos Estados Unidos.

Num estudo pormenorizado publicado na edição avançada daquela revista, cientistas da Universidade de Northwestern apresentam os resultados obtidos pelo estudo do consumo de glicose por parte do cérebro ao longo de toda a infância. A investigação foi realizada usando técnicas de imagiologia cerebral como a tomografia por emissão de positrões (PET) e a ressonância magnética.

Os cientistas mediram o consumo de glicose (principal alimento dos neurónios que são células do tecido nervoso) em relação ao volume do cérebro em diferentes idades. Assim puderam determinar se as etapas do desenvolvimento em que o cérebro consome mais glicose coincidem proporcionalmente com os períodos em que o crescimento do resto do organismo é mais lento.

Os resultados mostram que entre os quatro e os cinco anos de idade é quando a voracidade do cérebro por glicose está num máximo, o que retarda o crescimento proporcional do resto do corpo. Nesta fase do crescimento infantil o cérebro queima 66 % da energia que todo o organismo consome em repouso! Com a glicose a ser prioritariamente consumida pelo cérebro, o resto do organismo só pode desenvolver-se a um ritmo muito mais lento do que o verificado nos outros primatas.

O estudo agora publicado também contradiz a hipótese que sugeria que o cérebro dos recém-nascidos necessitava proporcionalmente de mais recursos. Desvia esse maior consumo para os cinco anos de idade. Segundo o primeiro autor do artigo, o antropólogo Christopher Kuzawa, “os resultados sugerem que é entre os quatro e os cinco anos de idade que se produzem um maior número de sinapses (ligações entre os neurónios) no cérebro, e é também nessa altura que aprendemos muitas das coisas que necessitamos de adquirir para sermos humanos”.

Assim, podemos dizer que a longa infância é um preço evolutivo que a espécie humana “paga” para que a inteligência e outras capacidades cognitivas que a caraterizam possam ser adquiridas e desenvolvidas. O resto do corpo pode esperar.

Autor: António Piedade

Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

Aprendizagem x Cérebro - Neurônios Espelho

Postado por Maria Célia Becattini

- Os Neurônios-Espelho são ativados de forma similar ao padrão de disparo que ocorreria se o organismo estivesse tendo o comportamento
Existe uma classe de neurônios, espalhados pelo cérebro de primatas, que possuem a capacidade de se ativar em resposta a um evento do mundo exterior, "reproduzindo" do ponto de vista neurológico aquilo que está percebendo.

Estudos identificaram, em macacos e em humanos, que quando um sujeito vê outro (seja da sua espécie ou de outra) efetuando um comportamento, como por exemplo pegar um copo d'água, grupos de neurônios são ativados na mesma região que seria utilizada quando o próprio sujeito efetuasse o comportamento. Assim, são conhecidos como neurônios-espelho estes neurônios que "refletem" pela sua ativação grupos similares de neurônios que disparam no cérebro de quem estão observando. Os neurônios-espelho são distintos dos demais neurônios, pois não disparam quando estão na presença de outros estímulos, como uma cadeira, comida ou outros objetos. Segundo Destro et al, eles possuem uma função essencial em comportamentos como a imitação, a compreensão da intenção do outro e mesmo a empatia.

Pode-se pensar também que eles estão envolvidos na evolução da linguagem, e prejuízos em seu funcionamento podem estar relacionados com transtornos invasivos do comportamento como o autismo45 . Embora localizados em várias regiões da córtex cerebral, os neurônios-espelho em macacos localizam-se especialmente na área pré-motora (lobo frontal) e no lobo parietal inferior, na região motora, que recebe muitos inputs de regiões motoras como o sulco temporal superior. (Fonte: NeuroNet)