segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A construção da felicidade - psicólogos estudam como as pessoas podem moldar o próprio bem-estar, voltando a atenção aos marcadores somáticos e investindo nas “pequenas alegrias” – a despeito dos contratempos que inevitavelmente enfrentamos.

Publicado por Maria Célia Becattini


Às vezes, pequenos detalhes têm conseqüências de grande extensão. Por exemplo, eu devo à ausência de um coelho de chocolate o fato de não dirigir mais um Alfa Romeo. Explico: eu sempre fiquei satisfeita com o trabalho de um mecânico que trabalhava na oficina da Alfa Romeo. Um dia, soube que ele pedira demissão. “Por quê?”, perguntei, curiosa. “Mudou o proprietário da empresa e o clima não é mais o mesmo. As pessoas já não se sentem bem.”

“Mas o que está diferente agora?”, eu quis saber. “Difícil dizer. Na verdade, apenas detalhes, coisas que podem até parecer bobagem, mas fazem diferença. Antes, por exemplo, a mulher do dono da oficina sempre colocava um coelho de chocolate na caixa de ferramentas de cada um dos funcionários na época da Páscoa. Pode ser só um gesto de delicadeza, mas nessas horas percebemos que alguém ainda pensa na gente.” Eu podia jurar que a voz daquele homem com quase 50 anos estava trêmula naquele momento. Seja como for, o coelhinho da Páscoa não veio mais, o valioso mecânico foi embora e eu, diante da dificuldade de encontrar uma oficina confiável, próxima à minha casa, terminei comprando um carro novo.

Por trás dessa pequena história, há um importante objeto de pesquisa de psicólogos: a questão sobre como surgem a satisfação e a felicidade. A esperança de inúmeros estudiosos é que, se compreendermos melhor os mecanismos que possibilitam essas sensações, seremos capazes de produzir esse estado de forma objetiva em nós mesmos.

© MICROGEN/SHUTTERSTOCK

SENSAÇÃO DE MERGULHO: alegria imediata costuma surgir com atividades prazerosas, como a prática de um esporte ou o encontro sexual com quem amamos
Essa felicidade “artesanal” – que optamos por construir – compreende duas possibilidades que se complementam: o bem-estar atual, imediato, ligado ao momento presente; e o habitual, de longo prazo, que permeia várias instâncias da vida. A primeira forma pode ser descrita como uma experiência intensa de grande alegria. Ela inclui o desejo sexual, assim como todos os outros tipos de prazeres sensuais e vivências flow – ou seja, o mergulho intenso e entrega a uma atividade prazerosa. A sensação de relaxamento quando nos sentamos na varanda, na hora do pôr-do-sol, após um dia duro e produtivo de trabalho, ao lado da pessoa que amamos, colocamos as pernas para cima, ou o frescor estimulante que experimentamos durante um banho em uma cachoeira, também são exemplos de felicidade atual. Em todos esses casos, surge uma sensação agradável que alguns psicólogos chamam de “afeto positivo”. Muitas pessoas já descobriram que conseguem se motivar para realizar tarefas desagradáveis ao antecipar em sua mente a sensação boa que as preencherá após o término bem-sucedido da atividade.

Embora muita gente subestime sistematicamente os detalhes e as pequenas gentilezas, tanto na vida privada quanto na profissional, um meio bastante eficiente para a criação de afetos positivos é a atenção social: um sorriso, um elogio sincero, palavras gentis – ou mesmo um coelhinho de chocolate na Páscoa. O problema é que muitos aprenderam a se relacionar segundo um princípio que lhes parece lógico: “Se eu gosto de você, não preciso lhe dizer. Quando não gostar mais, então eu lhe digo”. Ou segundo um provérbio alemão da Suábia, que corresponderia a afirmar: “Não reclamar é o mesmo que elogiar”. Será mesmo? Essa parece ser a linha, avessa ao reconhecimento do empenho e dos bons resultados, adotada também em inúmeras empresas. No entanto, um bom ambiente de trabalho não surge, por exemplo, só porque se organiza, uma vez por ano, um encontro entre os funcionários, mas é construído muito mais com base em vários pequenos momentos que oferecem vivências de felicidade atual.

O caso do meu mecânico e seu coelho da Páscoa mostra o quão decisivos podem ser esses detalhes que fazem com que a pessoa se sinta vista e valorizada – o que nos faz pensar que poderia ser bastante produtivo que as empresas se preocupassem em manter uma cota de dedicação social. Com um gasto financeiro mínimo já seria possível elevar sensivelmente a satisfação dos trabalhadores e, com isso, o rendimento no trabalho. O mesmo vale para a convivência na família e com o parceiro. Gestos como enfeitar a casa com flores, se permitir uma tarde inteira de pura preguiça ou dividir o planejamento de passeios podem despertar a cumplicidade entre entes queridos – e afetos positivos.
Uma tática bem diferente também pode gerar felicidade atual – e a redução dos afetos negativos: evitar ao máximo tudo o que não faz a pessoa feliz. Pode parecer óbvio, mas nem sempre é fácil e muitos se surpreendem ao perceber que quase sempre é possível fazer mais por si mesmo do que se imagina num primeiro momento.

Nesse sentido, desenvolvemos na Universidade de Zurique um modelo de mini brainstorming, uma pequena “chuva de idéias”. A técnica sempre é utilizada quando uma pessoa não tem nenhuma idéia para solucionar um problema, ou quando já testou todas as suas idéias sem nenhum sucesso. A sugestão é que se aproveite o potencial de outras cabeças. Para isso, propomos que se imagine um cesto, enchendo-o com as sugestões de colegas, amigos e conhecidos. Entre elas, é preciso escolher as idéias mais interessantes.

Para aplicar a “chuva no cesto” a um problema concreto, escreva primeiro detalhadamente que situação, circunstâncias e desencadeador do passado levaram a qual afeto negativo. Por exemplo, no caso de obstáculos criados por colegas de trabalho, contado por um voluntário: “Na reunião de terça-feira, X estragou minha argumentação com uma informação que apresentou na última hora, sem me avisar, em uma atitude que parece ter sido de má-fé. Como ele não entregou seus dados antes da reunião, junto com os outros papéis, não pude preparar nenhuma resposta. Todos ficaram impressionados com o diagrama – mas eu tenho certeza de que ninguém entendeu direito a proposta. Quando vi o seu sorrisinho satisfeito, fiquei com muita raiva. E o que é pior: fiquei totalmente bloqueado. Fora um número impressionante de palavrões, não consegui pensar em mais nada”.

CUECA DE BOLINHAS
Sugerimos ao voluntário que anotasse, para seu controle, a intensidade de seus afetos negativos, por exemplo, em uma escala de 0 a 100. Em nosso exemplo, a raiva receberia 70 pontos, e o bloqueio, 95. Em seguida, imaginou o seu cesto de idéias e pediu ao maior número possível de pessoas confiáveis e discretas à sua volta que pensassem em reações adequadas aos truques de X e as anotassem.
A proposta é juntar no cesto as “idéias auxiliares” – quanto mais, melhor. Além disso, é interessante buscar apoio com o maior número possível de grupos sociais diferentes. A pessoa pode pedir opinião não apenas aos colegas mais queridos, mas também a pessoas que exercem atividades bem diversas, como, por exemplo, a professora de seu filho, o pedreiro da casa vizinha – ou até à sua filha de 14 anos. Se não quiser expor detalhes da própria vida, é possível apresentar o caso como uma situação hipotética. Esses cérebros acostumados a lidar com outras áreas de conhecimento, que memorizaram experiências vividas em contextos muito diferentes, produzem freqüentemente soluções mais surpreendentes e prestativas do que as de nossos pares que, em geral, tendem a pensar de forma muito parecida conosco. Alguns se surpreendem com o número (e principalmente com a diversidade) de sugestões que surgem. O próximo passo é escolher entre as opções as ações que mais eficientemente possam reduzir o afeto negativo. Então a pessoa terá opções suficientes para o próximo golpe surpresa de X. Uma possibilidade de lidar com a situação é propor que as novas informações sejam incluídas apenas na próxima reunião e sugerir que, em vez delas, se discuta qual o prazo máximo para que os dados da reunião sejam informados antecipadamente. Outro caminho é preparar os próprios dados e, se necessário, sacá-los rapidamente do bolso. É admissível também enviar um e-mail para X (com cópia para todos os outros participantes) dois dias antes da reunião, solicitando que apresente todos os seus documentos antecipadamente. Cabe, ainda, ter em mente que às vezes simplesmente não vale a pena irritar-se. E, para evitar isso, o melhor é se distanciar internamente e relaxar – seja respirando fundo ou imaginando X de cueca de bolinhas cor-de-rosa, com um focinho de porco, uma pequena molecagem que pode ajudar a pessoa a se preservar e evitar atitudes das quais pode se arrepender depois. Apesar de, sabidamente, ser muito difícil transformar um afeto extremamente negativo em positivo, reduzir o bloqueio mental de 95 para 50 no próximo ataque de X, ou mesmo conseguir olhar para o odiado diagrama de forma relativamente tranqüila, já representa uma boa melhora.

SÓ PRARA SE AGRADAR
E a felicidade habitual, de longo prazo? Esta se manifesta como satisfação com a vida, em seus variados aspectos (relacionamento afetivo e familiar, amizades, segurança financeira, relações sociais organizadas, vida profissional, uso do tempo de lazer etc.), e depende muito do que é considerado importante para cada pessoa. O sucesso em algum desses aspectos (ou em vários deles), entretanto, não é, por si só, garantia de felicidade. Muitas pessoas vivem o “dilema da insatisfação”: simplesmente não se sentem felizes, apesar de terem boas condições de vida. Nesses casos, o desconforto costuma ter causas mais profundas e, em geral, só um processo psicoterapêutico pode ajudar a pessoa a compreender o que se passa.
Mas o caso inverso também existe, o chamado paradoxo da satisfação – felicidade subjetiva, mesmo em condições adversas. Isso nos leva a questionar até que ponto cada um pode contribuir individualmente para elevar o nível da própria felicidade habitual. Fazer o exercício de “estar presente” na própria vida e desfrutar cada momento como único (algo que de fato é), por exemplo, costuma ser produtivo. Em outras palavras: aproveitar toda oportunidade para se alegrar e desenvolver hábitos que nos tragam pequenos prazeres faz toda a diferença para a qualidade de vida. Para alguns, pode ser muito proveitoso observar o nascer do sol e sentir o aroma do café; para outros, prestar atenção à paisagem ou ouvir uma linda música durante o trajeto até o local de trabalho e desejar “bom dia” aos colegas antes de baixar os e-mails é uma forma agradável de começar as atividades diárias. Há ainda alguns cuidados consigo mesmo que, em geral, trazem bem-estar: após uma ou duas horas de trabalho, quando a concentração diminui, é importante fazer uma pequena pausa; e, pelo menos uma vez por semana, vale a pena comprar algo saboroso ou bonito (mas não necessariamente caro) para si mesmo.

Uma dica: diferente do que aprendemos (e vale para outras áreas da vida), neste caso a quantidade conta sim, e muito. O que importa é o número de pequenos desencadeadores de felicidade que trazemos para nossa vida. Ou seja: de nada adianta um fim de semana maravilhoso se os dias anteriores e os posteriores são extremamente estressantes – e o único reconforto é esperar ansiosamente pela próxima folga.

Por estranho que pareça, ter uma visão extremamente clara do mundo que nos cerca e de nossas limitações nem sempre é sinônimo de saúde. Há um século Freud chamou atenção para um fato curioso: pessoas deprimidas enxergam o mundo de forma mais realista e, portanto, acertam mais ao avaliar seu desempenho e suas chances. Otimistas, por outro lado, tendem mais a viver fora da realidade – mas sempre com um sorriso nos lábios. Isso nos leva a crer que talvez não seja prejudicial manter acesa certa dose de ilusão, embora a felicidade habitual não se baseie apenas na imaginação – ela tem base bastante concreta. Se uma questão fundamental a ser considerada é como podemos realizar da melhor maneira possível nossos desejos, esperanças e expectativas mais importantes, é preciso, antes de mais nada, saber quais são eles. Nesse caso, os chamados marcadores somáticos, sinais da memória emocional, na qual todas as experiências são armazenadas e classificadas. Essa referência mnêmica influi permanentemente sobre os dados captados do ambiente. A capacidade de uma pessoa saber o que é importante e bom para si mesma depende, em grande parte, da atenção que dispensa a essas mensagens enviadas por seus marcadores somáticos, o que ajuda na tomada de decisões fundamentais e a encontrar motivação para concretizar objetivos.

© FOTOBACCA/SHUTTERSTOCK



SINAIS DO EU

Marcadores somáticos funcionam como orientadores internos: são percebidos como sensações físicas, sentimentos ou uma mistura dos dois. Embora tenham origem na experiência emocional, sua base é um agrupamento de estruturas cerebrais que memoriza e classifica todos os eventos significativos. Vivências desagradáveis, que devem ser evitadas, produzem marcadores somáticos negativos; já as experiências que provocam prazer geram sinais positivos. No fundo, a memória das experiências emocionais constitui nada mais do que o “eu” de uma pessoa – ou seja, aquilo que a torna um indivíduo e que ela sente como sua essência mais profunda, independentemente de eventuais transformações que enfrente ao longo da vida. Sob condições favoráveis, a pessoa pode atingir um nível habitual de considerável satisfação. Aqueles que desenvolvem autopercepção para registrar conscientemente os sinais de seu eu – seus marcadores somáticos – adquirem maior consciência de si e podem, com isso, estimular ativamente o seu sentimento de bem-estar, independentemente das circunstâncias externas. A longo prazo, só fica satisfeito com sua vida quem tem autonomia para fazer escolhas e arcar com as conseqüências delas, ou seja, determinar as condições para sua própria felicidade, independentemente de opinião alheia, tendências ou modismos.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Autismo e Neuroplasticidade | Mariella Ometto Scarparo | TEDxJardinsSalon

Publicado por Maria Célia Becattini

Mariella fala sobre os processos cerebrais e as possibilidades que a neuroplasticidade pode oferecer no tratamento do autismo.




Causas genéticas do autismo são postas em cheque

Publicado por Maria Célia Becattini

Redação do Diário da Saúde



O DNA cristalizado na capa da revista Nature Medicine é o símbolo do projeto da entidadeAutism Speaks, chamado MSSNG, que procura as raízes genéticas do autismo.[Imagem: Nature/Divulgação]

O maior estudo já realizado até hoje sobre o genoma do autismo, financiado pela organização canadense Autism Speaks, revelou que as bases genéticas da doença são ainda mais complexas do que se pensava anteriormente.

O mesmo já havia acontecido recentemente com a asma, que teve suas origens genéticas questionadas.

Agora se descobriu que a maioria dos irmãos que têm Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm diferentes genes ligados a essa condição.

O estudo, que reforça conclusões anteriores de que nenhum gene individual consegue prever mais do que 1% do autismo, mereceu a capa da revista Nature Medicine.

Diversidade genética do autismo

A equipe do Dr. Stephen Scherer sequenciou 340 genomas completos de 85 famílias, cada uma com duas crianças afetadas pelo autismo. A maioria dos irmãos (69%) apresentaram pouca ou nenhuma sobreposição entre as variações de genes que se considera contribuir para o autismo.

Os pares de irmãos partilham as mesmas alterações genéticas associadas ao autismo em menos de um terço dos casos (31%).

Essa descoberta contesta pressupostos que os cientistas vinham aceitando há muito tempo. Como o autismo muitas vezes ocorre em famílias, os especialistas tinham assumido que irmãos com a doença herdariam de seus pais os mesmos genes que os predispõem ao autismo.

Agora parece estar claro que isso não é verdade.

"Nós sabíamos que havia muitas diferenças no autismo, mas nossas descobertas recentes demonstram isso conclusivamente," disse o Dr. Scherer. "Nós acreditamos que cada criança com autismo é como um floco de neve - única."

Genoma completo

"Isto significa que não devemos olhar apenas para genes suspeitos de aumentar o risco do autismo, como normalmente é feito em testes genéticos de diagnóstico," acrescenta Dr. Scherer. "A avaliação completa do genoma de cada indivíduo é necessária para determinar a melhor forma de usar o conhecimento dos fatores genéticos no tratamento personalizado do autismo."

O sequenciamento do genoma inteiro vai além dos testes genéticos tradicionais, analisando a sequência completa do DNA de um indivíduo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Lista de Traços de Asperger

Publicado por Maria Célia Becattini



É muito importante lembrar: Não há duas pessoas com Asperger iguais , todos eles apenas compartilham algumas características.
Se você está aqui porque você suspeita que seu amado tem SA , lembre-se que a melhor coisa que você pode fazer é armar-se com informações sobre a síndrome.
Se você está aqui porque alguém lhe disser que tem e você não sabe se pode acreditar, a melhor coisa que você pode dar é crença. Ninguém sabe o que uma pessoa passa em sua vida interior.
Tomei estes de vários livros e sites sobre SA. Eles estão listados em nenhuma ordem particular. No entanto eu arranjei-los em três categorias: Pessoal / Física; interações sociais; Em Relacionamentos.
No final da página, eu listo as características freqüentemente negligenciados POSITIVOS de Síndrome de Asperger.

Pessoal / Física
- Rotinas repetitivas ou rituais
- Pode se envolver em tarefas (por vezes triviais) por horas e horas
- Expressão plana, ou olhar vago por muito do tempo
- Nem sempre reconhecer rostos de imediato (até os próximos queridos)
- Forte sensibilidade ao som, paladar, tato, visão e olfato (por exemplo, tecidos,etiquetas, evita certas coisas, lâmpadas fluorescentes )
- Sensibilidade à textura dos alimentos
- Personalidade excêntrica
- Apego idiossincrático aos objetos inanimados
- Ser "em seu próprio mundo" / Preocupado com sua própria agenda
- Superdotados em uma ou mais áreas, por exemplo, matemática, música, etc
- Mentalidade Única
- Gostos e desgostos, pode ser muito rígida
- Pode passar horas na biblioteca pesquisando, ama aprendizagem e informações
- Pode ter dificuldade em permanecer na faculdade Apesar de um nível elevado de inteligência
- Interesses limitados / intenso foco em um ou dois temas
- Preocupações incomuns
- Coleciona coisas
- Falta de jeito / Descoordenados movimentos motores
- Fala e da linguagem peculiaridades / hiperlexia (um pouco"Professores") ou, no início da vida podem ter um problema de fala
- Não-verbais problemas de comunicação: dificuldade de leitura da - linguagem corporal, expressão facial e tom
- Repetição de palavras (que pode, muitas vezes repetir o que acabei de dizer)
- Memorização Excelente

FOCO NO POSITIVO:
1- Concentra-se e tem diligência - A capacidade de Asperger se concentrar em tarefas de um longo período de tempo sem a necessidade de supervisão ou incentivo é lendária.
2- A motivação interna - ao contrário de ser motivado por elogio, dinheiro, contas ou de aceitação. Isso garante um trabalho feito com consciência, com o orgulho pessoal.
3- Pensamento, independente único - pessoas com SA tendem a gastar muito tempo sozinho e, provavelmente, têm desenvolvido os seus próprios pensamentos únicos em oposição a um "rebanho" mentalidade.
4- Superior inteligência fluida - cientistas no Japão descobriram recentemente que como as crianças têm uma inteligência superior fluida do que crianças não-autistas. A inteligência fluida é "a capacidade de encontrar significado em confusão e resolver novos problemas. É a capacidade de fazer inferências e compreender as relações de vários conceitos, independente do conhecimento adquirido." (Wikipedia 2009) Especialistas dizem que as pessoas com SA têm um maior que o QI médio geral também.
5- Visual, o pensamento tridimensional - alguns com SA são muito visuais em seus processos de pensamento, que se presta a inúmeras aplicações úteis e criativos.
5- Atenção aos detalhes - às vezes com perfeição meticulosa.
6- Honestidade - o valor de ser capaz de dizer "o imperador não está usando nenhuma roupa."
7- Lógica sobre a emoção - embora as pessoas com SA são muito emocionais, às vezes, passam 'computando' muito tempo em suas mentes. Podem ser muito lógicos em suas abordagens para a resolução de problemas.

Relacionamentos
-> Muitas vezes podem estar distante fisicamente e / ou emocionalmente.
-> Muitas vezes são atraídos para o outro simplesmente porque se sentem atraídos para eles.
-> Alternativamente, podem ser obsessivos.
-> Podem ter um tempo difícil para dizer eu te amo, mostrando afeição física.
-> Podem ser muito críticos.
-> Levam as coisas pro lado pessoal.
-> Podem ser muito leais a uma pessoa.
-> Muitas vezes não farão movimentos e atitudes para manter a amizade.
-> Precisam retirar-se e ter solidão.
-> Os homens, em particular, encontram emoções confusas e não quantificáveis; Se o parceiro tenta compartilhar seu amor por ele, ele pode encontrar sua necessidade de "se conectar" sufocante.
-> Sua atenção se concentra em seus próprios interesses.
-> Pessoas sem diagnósticos SA muitas vezes se sentem como se seu parceiro estivesse sendo ingrato ou "maldoso", quando reclama que ele é insensível ou nunca a escuta.
-> Pode se tornar bastante defensivo quando pede esclarecimento ou um pouco de simpatia. A defesa pode se transformar em abuso verbal (normalmente não o abuso físico) como o de tentar controlar a comunicação de acordo com sua visão do mundo.

Interações Sociais
-> Desejo de amizades e contato social, mas dificuldade em adquirir e manter-los
-> Desligado em situações sociais.
-> Retirada social / pode evitar reuniões sociais.
-> Falta de interesse em outras pessoas.
-> Falta de empatia, por vezes.
-> Dificuldade de compreensão dos sentimentos dos outros.
-> Pode ficar obcecado em ter amigos para provar que é "normal".
-> Comportamento social rígido devido a uma incapacidade para se adaptar a variações espontaneamente em situações sociais.
-> Tem um desejo de informar o que pode resultar em ser incisivo/insultar.
-> Preocupado com sua própria agenda .
-> Grande dificuldade com a conversa de bate-papo pequenos.

Fonte: http://help4aspergers.com/pb/wp_4a3112c8/wp_4a3112c8.html

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Prontos para desfilar, cadeirantes falam de emoção e expectativa para entrar na avenida

Publicado por Maria Célia Becattini

Unidos de Vila Maria e Gaviões da Fiel convidaram integrantes para noite de Carnaval

Fernando Mellis, do R7

Juliana Vieira é acompanhada pela mãe; André Rubens pela namorada; e Pedro também vai com a mãeFernando Mellis/R7

Meses de ensaio na quadra da Gaviões da Fiel e a grande hora se aproximava para Juliana Vieira Santiago. Ela, que é cadeirante, ganhou a fantasia da escola de samba para desfilar na noite deste sábado (14), no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo.

— A sensação aqui antes de começar é incrível. Já torcíamos pela Gaviões e o convite veio de amigos nossos, que são da escola.

A mãe, Rosa Maria Vieira, acompanhará a filha na passarela e estava tão ansiosa quanto Juliana.

— É muito diferente do que vimos pela TV. É uma experiência única.

Na Unidos de Vila Maria, cadeirantes também foram convidados. Após desfilar há dois anos, André Rubens de Souza convenceu a namorada, Ana Luíza Basílio a ir pela primeira vez à passarela.

— Ela está mais ansiosa que eu.

Em pé de guerra, moradores e foliões vivem carnaval tenso na Vila Madalena

Primeira noite de Carnaval leva 42 mil foliões para as ruas da capital paulista, diz Prefeitura

Ana Luíza confessa que pensou muito antes de topar.

— Sempre viajei. Carnaval, para mim, sempre foi sinônimo de praia. Desta vez, não deu e eu estava meio avessa à ideia de vir. Mas quando você chega aqui, dá um negócio. Uma sensação muito boa.

Até quem não gosta muito de Carnaval pode mudar de ideia. Elisete Carla Batista foi acompanhar o filho, Pedro, na Unidos de Vila Maria.

— Eu não curtia muito Carnaval, mas agora já estou mudando de ideia. É tudo muito bonito aqui.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Lei amplia atenção à epilepsia

Publicado por Maria Célia Becattini

19 de janeiro de 2015 -  Fernando Tôrres


Ser rejeitada como aluna em uma escola de pilates por ter epilepsia é somente um exemplo do preconceito sofrido em 2014 pela aposentada Márcia Martins Ferreira, 56. Ela e outros pacientes com a doença também já se depararam com a falta, na rede pública, de medicamentos de alto custo, que precisam ser tomados à risca todos os dias para evitar convulsões e o agravamento do quadro clínico. É por conta de situações como essas que foi criada, este ano, a lei municipal 10.791, que institui o Programa de Atenção à Saúde de Pessoas com Epilepsia de Belo Horizonte (Paspe-BH).

Na prática, a legislação determina que a prefeitura desenvolva ações de esclarecimento à sociedade para combater a discriminação, além de capacitar profissionais de saúde e garantir aos pacientes uma série de serviços de diagnóstico e tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). Em caso de desabastecimento de remédios em farmácias públicas, a administração municipal também fica obrigada a ressarcir os gastos das famílias com a compra do medicamento.

Impasse.A lei foi proposta pela vereadora Elaine Matozinhos (PTB) e, depois de aprovada na Câmara, chegou a ser vetada pelo prefeito Marcio Lacerda, em outubro do ano passado. No entanto, o veto foi “derrubado” em plenário e a lei, promulgada pelo presidente da Câmara, Wellington Magalhães (PTN), no último dia 6.

Em vigor desde então, a legislação depende, agora, de a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) colocá-la em prática. O órgão informou, em nota, que já oferece atendimento integral no tratamento da epilepsia, mas que “estuda forma de viabilizar os pontos adicionais, que ainda não são aplicados pela rede SUS-BH para planejar sua implementação”.

“Temos 2% da população brasileira com epilepsia e ainda não há um programa de saúde com a qualidade estabelecida pela lei. Recebo relatos de pacientes que tiveram convulsões graves por falta de medicação ou que precisaram esperar mais de um mês na fila para conseguir consulta com um especialista”, diz a vereadora Elaine Matozinhos.

Avanço. A Associação Mineira de Epilepsia (Amae) informou que Belo Horizonte já avançou muito no tratamento e que a lei vem assegurar a atenção integral a todos, não só do ponto de vista da saúde, mas, também, social. “Além de precisarem de médico e medicamento, elas precisam de apoio terapêutico para superar a discriminação”, afirma Maria Carolina Doretto, presidente da Amae e da Federação Brasileira de Epilepsia (Epi Brasil).

Ao ser rejeitada na escola de pilates, que fica no bairro Funcionários, região Centro-Sul da capital, em meados de 2014, Márcia Ferreira se sentiu triste e frustrada. “A doença já faz a gente se sentir frustrada em diversos aspectos. Ela tira a nossa independência, só posso sair acompanhada de alguém”, conta. Para fortalecer seu emocional, ela faz acompanhamento periódico com terapeuta. “É o que me dá mais segurança”, diz a aposentada.

O que já existe
Atendimento. A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informou que o atendimento a pessoas com epilepsia é realizado, a princípio, nos centros de saúde.

Tratamento. É feito com “anticonvulsivantes”, que podem ser retirados nas farmácias dos centros de saúde. Pacientes mais graves são encaminhados para um neurologista.

Financiamento. O financiamento dos medicamentos é feito pelas três esferas de governo. Segundo a SMSA, não há medicamento em falta “permanente” na rede.

Desabastecida. Conforme O TEMPO mostrou na edição do dia 12, a Farmácia de Minas, administrada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), não tem atendido ao menos 30% das 1.200 pessoas que, diariamente, tentam retirar remédios para tratamento de doenças crônicas, como a epilepsia.

Prefeito alega que a nova lei afronta a Constituição Federal

Ao vetar o projeto de lei, o prefeito Marcio Lacerda justificou que a proposta era inconstitucional e resultaria em um aumento de despesas sem a devida indicação de nova fonte orçamentária – conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal (101/2000). Agora, como a Câmara decidiu derrubar o veto e colocar a lei em vigor, a prefeitura informou que avalia a situação para decidir se irá recorrer à Justiça contra a nova legislação.

Na justificativa, Marcio Lacerda ressaltou que, apesar de louvável a pretensão da vereadora Elaine Matozinhos ao idealizar um programa de saúde para pessoas com epilepsia, a proposta viola o artigo 88 da Lei Orgânica do Município, que diz caber apenas ao prefeito criar e organizar atribuições dos órgãos que fazem parte do Executivo municipal.

Segundo ele, o projeto consiste em um “vício de iniciativa”, que “afronta o princípio de separação e harmonia entre os poderes”, previsto no artigo 2º da Constituição Federal.

Dentre outras observações, o prefeito afirma que a nova legislação desconsidera que a atenção farmacêutica é atribuição não só do município, mas também do Estado e da União.

Fonte: site do Jornal O Tempo por Luciene Câmara.

Cientistas conseguem “desligar” cromossomo da síndrome de Down

Publicado por Maria Célia Becattni

5 de fevereiro de 2015  Fernando Tôrres

Cientistas da Universidade de Massachusetts conseguiram silenciar o cromossomo extra da trissomia 21, também conhecida como síndrome de Down. Os cientistas fizeram o estudo em células, mas acreditam que a descoberta pode pavimentar o caminho para estabelecer terapias potenciais contra o mal. O estudo foi divulgado na revista Nature.

A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21, ao invés de dois, como normalmente ocorre. A anomalia causa problemas cognitivos, desenvolvimento precoce de Alzheimer, grande risco de leucemia na infância, defeitos cardíacos e disfunções dos sistemas endócrino e imunológico. Ao contrário de desordens causadas por genes individuais, corrigir síndromes causadas por um cromossomo inteiro se mostrou um desafio para cientistas. Mas esse tipo de pesquisa teve passos importantes nos últimos anos.

“A última década teve grandes avanços nos esforços de corrigir desordens de gene único, começando com células in vitro e, em muitos casos, avançando para tratamentos in vivo e clínicos”, diz Jeanne B. Lawrence, líder do estudo e professor da universidade. “Em contraste, correção genética de centenas de genes em um cromossomo extra inteiro tem permanecido fora do campo das possibilidades. Nossa esperança para aqueles que vivem com síndrome de Down é que essa prova de um princípio abra muitas animadoras novas avenidas para estudar a desordem agora e trazer para o campo das considerações o conceito da ‘terapia cromossômica’ no futuro.”

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores usaram um gene do RNA chamado de XIST, que é encontrado em fêmeas de mamíferos e é capaz de silenciar um dos dois cromossomos X, impedindo que ele processe proteínas. Com o uso de células-tronco, eles conseguiram fazer com que esse gene “desligasse” o cromossomo extra da trissomia 21.

O próximo passo é avançar dos testes em células para as cobaias. Os cientistas pretendem estudar se essa “terapia cromossômica” é capaz de corrigir patologias em ratos com a síndrome de Down.

Fonte: site Notícias Terra.Este artigo foi publicado na categoria Síndrome e marcado em Síndrome. Favorite o link deste post.