Publicado por Maria Célia Becattini
Para Pérez (2005), a disgrafia é um transtorno da escrita que afeta a forma ou
o significado e é do tipo funcional. Ocorre em crianças com capacidade
intelectual normal, com adequada estimulação ambiental e sem transtornos
neurológicos, sensoriais, motores ou afetivos intensos. No DSM IV, a disgrafia
vem definida da seguinte maneira: “ a disgrafia caracteriza-se
por erros gramaticais de pontuação, organização pobre de parágrafos, múltiplos erros de
ortografia e uma grafia deficitária.” Esta definição que o DSM IV apresenta
inclui também a dimensão simbólica da escrita junto com as dimensões motora
e gráfica. A disgrafia refere-se a uma dificuldade na escrita, em que os
problemas podem estar relacionados com o componente grafomotor (padrão
motor da escrita) (exemplo: formas das letras, espaço entre as palavras,
pressão do traço); com a soletração; e com a produção de textos escritos.
(NCLD, 1997 cit. por CORREIA & MARTINS, 19917).
Segundo a Associação Portuguesa de Pessoas com Dificuldades de
aprendizagem específica, A Disgrafia é uma alteração da escrita que a afeta na
forma ou no significado, sendo do tipo funcional. Perturbação na componente
motor do ato de escrever, provocando compreensão e cansaço muscular, que
por sua vez são responsáveis por uma caligrafia deficiente, com letras pouco
diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas. A Associação ainda
coloca como um dos sinais secundários a forma errada de segurar a caneta ou
lápis e cita a dificuldade no “desenho das letras.”
Alguns outros indicadores podem ser: Forma incorreta de segurar o
instrumento com que se escreve, ritmo da escrita muito lento ou
excessivamente rápido, letra excessivamente grande, letras desligadas ou
sobrepostas e ilegíveis, traços exageradamente grossos ou demasiadamente
suaves, ligação entre as letras distorcida.
Problemas associados:
Biológicos: Perturbação da lateralidade, do esquema corporal e das
funções perceptivomotoras,
perturbação de eficiência psicomotora
(motricidade débil, perturbações ligeiras do equilíbrio e da organização
cinéticotônica, instabilidade).
Pedagógicos: Orientação deficiente e inflexível, orientação inadequada
da mudança de letra de imprensa para letra manuscrita, ênfase
excessiva na qualidade ou na rapidez da escrita, prática da escrita como
atividade isolada das exigências gráficas e das restantes atividades
discentes.
Pessoais: Imaturidade física, motora, inaptidão para a aprendizagem
das destrezas motoras, pouca habilidade para pegar no lápis, adoção
de posturas incorretas, déficits em aspectos do esquema corporal e da
lateralidade.
O que pode fazer: Encorajar a expressão por meio de diferentes
materiais (massinha de modelar, pinturas e lápis). Todas as tarefas que
impliquem o uso das mãos e dos dedos são positivas, estimular a
criança a recortar desenhos e figuras, a fazer colagens e picotar.
Promover situações em que a criança utilize a escrita (exemplo:
escrever pequenos recados, fazer concites e postais), fazer atividades,
como contornar figuras, pintar dentro dos limites, ligar pontos, seguir em
tracejado etc. Deixar a criança expressar-se livremente no papel, sem
corrigir nem julgar os resultados.
Fonte: Livro transtornos de comportamento e distúrbios de
aprendizagem; Autor: Lou de Olivier
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