sábado, 27 de junho de 2015

Disgrafia

Publicado por Maria Célia Becattini


Para Pérez (2005), a disgrafia é um transtorno da escrita que afeta a forma ou

o significado e é do tipo funcional. Ocorre em crianças com capacidade

intelectual normal, com adequada estimulação ambiental e sem transtornos

neurológicos, sensoriais, motores ou afetivos intensos. No DSM IV, a disgrafia

vem definida da seguinte maneira: “ a disgrafia caracteriza-se

por erros gramaticais de pontuação, organização pobre de parágrafos, múltiplos erros de

ortografia e uma grafia deficitária.” Esta definição que o DSM IV apresenta

inclui também a dimensão simbólica da escrita junto com as dimensões motora

e gráfica. A disgrafia refere-se a uma dificuldade na escrita, em que os

problemas podem estar relacionados com o componente grafomotor (padrão

motor da escrita) (exemplo: formas das letras, espaço entre as palavras,

pressão do traço); com a soletração; e com a produção de textos escritos.

(NCLD, 1997 cit. por CORREIA & MARTINS, 19917).

Segundo a Associação Portuguesa de Pessoas com Dificuldades de

aprendizagem específica, A Disgrafia é uma alteração da escrita que a afeta na

forma ou no significado, sendo do tipo funcional. Perturbação na componente

motor do ato de escrever, provocando compreensão e cansaço muscular, que

por sua vez são responsáveis por uma caligrafia deficiente, com letras pouco

diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas. A Associação ainda

coloca como um dos sinais secundários a forma errada de segurar a caneta ou

lápis e cita a dificuldade no “desenho das letras.”

Alguns outros indicadores podem ser: Forma incorreta de segurar o

instrumento com que se escreve, ritmo da escrita muito lento ou

excessivamente rápido, letra excessivamente grande, letras desligadas ou

sobrepostas e ilegíveis, traços exageradamente grossos ou demasiadamente

suaves, ligação entre as letras distorcida.

Problemas associados:

􀁸 Biológicos: Perturbação da lateralidade, do esquema corporal e das

funções perceptivomotoras,

perturbação de eficiência psicomotora

(motricidade débil, perturbações ligeiras do equilíbrio e da organização

cinéticotônica, instabilidade).

􀁸 Pedagógicos: Orientação deficiente e inflexível, orientação inadequada

da mudança de letra de imprensa para letra manuscrita, ênfase

excessiva na qualidade ou na rapidez da escrita, prática da escrita como

atividade isolada das exigências gráficas e das restantes atividades

discentes.

􀁸 Pessoais: Imaturidade física, motora, inaptidão para a aprendizagem

das destrezas motoras, pouca habilidade para pegar no lápis, adoção

de posturas incorretas, déficits em aspectos do esquema corporal e da

lateralidade.

􀁸 O que pode fazer: Encorajar a expressão por meio de diferentes

materiais (massinha de modelar, pinturas e lápis). Todas as tarefas que

impliquem o uso das mãos e dos dedos são positivas, estimular a

criança a recortar desenhos e figuras, a fazer colagens e picotar.

Promover situações em que a criança utilize a escrita (exemplo:

escrever pequenos recados, fazer concites e postais), fazer atividades,

como contornar figuras, pintar dentro dos limites, ligar pontos, seguir em

tracejado etc. Deixar a criança expressar-se livremente no papel, sem

corrigir nem julgar os resultados.

Fonte: Livro transtornos de comportamento e distúrbios de

aprendizagem; Autor: Lou de Olivier

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