Transtorno Obsessivo Compulsivo – TOC
Publicado por Maria Célia Becattini
Alguns sites definem o TOC como “ Técnico Oficial de Contas”, enquanto alguns profissionais teimam em classificá-lo como “manias e medos” e, nas classes mais baixas, seus sintomas podem ser confundidos com manifestação espirituais e/ou possessões demoníacas.
Diante disso tudo, é de se esperar que o distúrbio, cujo significado da sigla é “Transtorno Obsessivo Compulsivo” seja ignorado pela maioria da população e, com isso, seu tratamento passe a ser um privilégio de poucos.
Em primeiro lugar, apesar da dificuldade em detectar-se suas causas, é possível saber que, entre elas, podem estar fatores genéticos, lesões ou infecções cerebrais, consumo exagerado (ou prolongado) de tóxicos, entre outras causas.
O TOC pode ser simples, só obsessivo ou só compulsivo ou a combinação dos dois, pode mostrar-se associado á síndrome de Tourette (Tiques motores/vocais e sonoros) e esta pode associar-se a outros tantos distúrbios que não cabe enumerar neste que pretende ser um resumo do tema.
Quase sempre, o TOC vem acompanhado de hiperatividade, seja qual for seu grau. Entenda-se por obsessão, uma idéia/mania fixa e por compulsão algo que se obriga a fazer continuamente. A compulsão pode tornar-se conseqüência da obsessão e, por isso, é comum pacientes começarem a demonstrar sintomas de obsessão e, sem tratamento adequado, passarem a mostrar também sintomas de compulsão.
Existem casos simples ( pessoas que “colecionam coisas”, abrem e fecham portas várias vezes antes de saírem, apavoram-se com medo de contrair algum vírus etc.) e os casos evoluem até o extremo (pessoas que se mutilam ou cometem homicídios/suicídios motivados por medos ou “visões” que alucinam), passando por casos em que o paciente se vê feio ou distorcido, imagina-se um ser desprezível, incapaz de ser amado ou aceito.
Na maioria desses casos, é comum confundir-se os sintomas com possessões demoníacas, até porque os quadros realmente se parecem, mas nisso devo esclarecer que há uma visão distorcida até do que vem a ser possessão demoníaca.
Partindo-se do princípio de que o ser humano é dotado de energia emanando nas próprias células e que é essa energia “liga-se” a outras energias cósmicas por meio de correntes elétricas do cérebro, é inadmissível acreditar-se em possessões demoníacas. Mais viável é crer que alguma falha dentro do cérebro lesado cause a deficiência.
No caso de transtornos de tiques, estes podem ser desde os mais amenos (piscar de olhos, torcer nariz,mexer nos cabelos etc.) até os mais graves, geralmente envolvendo sons feitos com a garganta ou língua. Este sim são chamados de Tourette e tão graves podem ser que chegam a impedir que seus portadores tenham vida social, pois dificilmente o paciente conseguirá sair, divertir-se mostrando a cada um ou dois minutos uma seqüência de tiques acompanhados de sons altos e incontroláveis.
Para cada “combinação” desses distúrbios, há um tratamento. A terapia, especialmente a Multiterapia, pode tratar muitos dos casos citados, a Arteterapia/Musicoterapia e a Psicanálise podem tratar dos casos mais amenos. Os casos mais graves (envolvendo tendências suicidas/homicidas, manias multiladoras, tiques excessivos etc.) devem ser tratados pela Psiquiatria. Em alguns casos, pode-se combinar o tratamento medicamentoso ( estipulado pelo Psiquiatra) com a Terapia, mas nunca apenas com a Terapia isolada.
Deve-se lembrar de que também os grupos de apoio, isoladamente, não funcionam. Apenas servem para que o paciente veja que não está sozinho. Há muitas pessoas como ele, com os mesmos sintomas ou parecidos. Mas, se o grupo de apoio não for utilizado em conjunto com o tratamento terapêutico e/ou medicamentoso, de nada adiantará.
Fonte: Livro transtornos de comportamento e distúrbios de aprendizagem; Autor: Lou de Olivier
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