Publicado por Maria Célia Becattini
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A Associação Americana de Deficiência Mental (AAMD) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) colocam a deficiência intelectual como o funcionamento intelectual abaixo da média, com manifestação antes dos 18 anos de idade, e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas tais como: comunicação, cuidado pessoal e habilidades sociais, utilização de recursos da comunidade, saúde, segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.
As principais causas pré-natais e neo natais são desnutrição materna, má assistência a gestante, doenças infecciosas da mãe como rubéola, sífilis e toxoplasmose, alcoolismo, drogas, medicamentos, fatores genéticos, alterações cromossômicas, erros inatos no metabolismo como a fenilcetonúria, traumas de parto, hipóxia, anóxia, prematuridade, baixo peso ao nascer, idade gestacional, icterícia grave, incompatibilidade sanguínea e de RH.
No pós natal encontramos fatores como a desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global, infecções, meningite, sarampo, intoxicação exógenas, envenenamento, remédios, inseticidas, produtos químicos como chumbo e mercúrio, choque elétrico, asfixia e quedas.
Os pais devem estar atentos aos atrasos que podem ocorrer no desenvolvimento.
Na escola os professores devem prestar atenção em como está ocorrendo o processo de aprendizagem, como é a linguagem compreensiva (entendimento das ordens) e como ele realiza as suas atividades cotidianas.
Podemos ter casos de:
- déficit intelectual leve: não são facilmente identificados na infância e o diagnóstico é feito quando entra na escola. Pode frequentar o ensino fundamental com poucas adequações, tem boa adaptação social, vai se sustentar tranquilamente na vida adulta, casar, ter filhos mas o ensino médio pode requerer algumas adequações. Sua deficiência, na vida adulta, passa até desapercebida;
- déficit moderado ou severo: tem um ensino fundamental difícil e com necessidades de adequação curricular. Bem estimulado pode cuidar de si próprio, ter uma vida produtiva, se ajustar a vida social e ser útil na sociedade. Contudo, pela estrutura de escola que temos em nosso país, pode ter dificuldades em seguir o ensino médio e a vida conjugal, se possível pode requerer certa mediação dos responsáveis;
- déficit profundo: muitos casos apresentam deficiência múltipla e que dificulta o acompanhamento a um programa escolar e seu currículo deve ser centrado em cuidar de si mesmo e em habilidades sociais.
Mas importante que o que ele aprende é como ele aprende. O importante é ver a forma como o indivíduo se adapta ao meio social. Um ser humano não tem limites e mais limitados somos nós, seres humanos que se consideram normais, que acreditam que alguém pode ter limites.
A limitação imposta deve ser base para a escolha do tipo de suporte que vamos usar o qual pode ser classificado em:
- intermitente: esporádico;
- limitado: durante um período de tempo ou em determinada tarefa;
- moderado: regular em alguns ambientes e algumas situações sem prazo determinado;
- difusivo: apoio constante de alta intensidade e em vários ambientes.
O que devemos estimular são os seguintes aspectos:
- área motora: equilíbrio, coordenação, manipulação adequada de objetos;
- área perceptiva: percepção e discriminação visual, auditiva, análise e síntese, percepção da figura fundo;
- área cognitiva: conceitos concretos e abstratos, atenção concentração, memória e resolução de problemas;
- área da linguagem: compreensiva e expressiva;
- desenvolvimento do pensamento simbólico: pareamento, classificação, seriação, conservação e reversibilidade de pensamento;
- desenvolvimento do raciocínio lógico matemático: número, numeral, quantidade, noções de peso, distância, profundidade, comprimento e sistema monetário;
- área social: adaptabilidade e produtividade na vida social, lazer, escola e trabalho.
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