terça-feira, 3 de junho de 2014

Conteúdo Pedagógico: A criança dos sete aos nove anos


Postado or Maria Célia Becattini




“A perda das características do primeiro setênio não é brusca. Ela ocorre paulatinamente durante esses três primeiros anos. Assim, o primeiro ano ainda revela uma participação onírica com os homens e como mundo ao redor, e isso aparece no ambiente dos contos-de-fada Se as forças da imitação têm atuado até essa idade de uma maneira sadia, elas podem ser aproveitadas amplamente no ensino.”



Em seu conjunto, os três primeiros anos da criança na escola têm um caráter homogêneo, devido à própria natureza da criança. Por isso, o plano de ensino dessa faixa etária é apresentado aqui num conjunto .

Quando a criança vem à escola, o que ocorre, no caso ideal, aproximadamente aos sete anos quando ela está pronta para sair da fase infantil da imitação, mas esta ainda se estende nos primeiros anos de escola. Essa fase é visível pelo começo da troca dos dentes. Como diz o verso da manhã do 1° ao 3° ano, a criança está “ansiosa por trabalhar e desejosa de aprender”. Mas é importante que o professor conheça o caráter particular do desejo de aprender que um primeiranista sente. A perda das características do primeiro setênio não é brusca. Ela ocorre paulatinamente durante esses três primeiros anos. Assim, o primeiro ano ainda revela uma participação onírica com os homens e como mundo ao redor, e isso aparece no ambiente dos contos-de-fada Se as forças da imitação têm atuado até essa idade de uma maneira sadia, elas podem ser aproveitadas amplamente no ensino. Um ano mais tarde, a criança já está mais acordada, a vida anímica com seu caráter de sonho passa a diferenciar-se. Desperta a alegria relacionada com as idéias que permeiam a natureza de forma imaginativa nas personagens das fábulas. Nessa idade, a alma infantil participa também intensamente dos grandes ideais dos santos, dos quais falam as lendas. O distanciamento em relação ao mundo, que começa no 3° ano escolar, pode ser um pouco doloroso, mas ele será também maravilhoso, na medida em que o horizonte da criança se alarga pelo ensino. Desaparece a união anterior e uma sensação do próprio “Eu” desperta, o que leva a uma distinção entre o mundo interior e o mundo exterior. Essa fase pode refletir-se nas histórias bíblicas como também na vivência ativa das diversas profissões que dirigem o olhar para a possibilidade de ser atuante no âmbito social.

Dessa maneira, os primeiros anos na escola refletem, não obstante a sua harmonia intrínseca, as bases evolutivas dos setênios que a criança percorrerá, no decorrer dos anos seguintes, de maneira mais detalhada e mais consciente. O ensino ainda será muito homogêneo, devido ao método, mas será importante a maneira como, de uma época à outra, as crianças descobrem o caminho para a plena realidade do segundo setênio.

Quando se diz que a imitação ainda atua nos primeiros tempos da escola, convém constatar que tal afirmação equivale a um ideal. Crianças do primeiro ano revelam ainda um pouco dessa tendência. Talvez não tiveram a oportunidade de imitar nos anos anteriores. Tampouco parece ser óbvio que realmente exista aquele vínculo com o mundo que transforma o mundo num “tu” e que faz de todo “tu” uma parte da própria criança. Freqüentemente existe no fundo da alma infantil essa saudade de um “tu”, precocemente encoberta pela vida real. Muitas crianças não chegam realmente a nós da maneira como esperamos, elas são marcadas por muitas influências que as impedem. Devemos portanto entender desde o início o nosso trabalho como algo terapêutico, e o esforço do professor precisa chegar à essência de uma faixa etária.

Durante os três primeiros anos da escola, a criança gosta de movimento, de ritmo e de rimas. Ela assimila rapidamente poesias, versos e canções, e decora facilmente os princípios das tabuadas simplesmente pelo ritmo. Ainda estão atuando as forças da imitação do primeiro setênio. Recorremos a estas quando começamos com duas línguas estrangeiras, quando as crianças tocam um instrumento e aprendem a fazer tricô. Essas forças ligam a criança ritmicamente com o seu mundo-ambiente, ela vive também em harmonia com a natureza e acha óbvio que os animais, as flores e as nuvens conversem entre si.

A memória é capaz de assimilar muito nessa idade, e ela quer ser treinada, contanto que não a cansem com constantes perguntas. Ela guardará muita coisa, desde que as impressões sejam permeadas por fortes sentimentos de simpatia e de antipatia, isto é, de amor por tudo que é verdadeiro, belo e bom, e de repulsa diante das coisas feias, erradas e más; é preciso que a criança possa respirar animicamente de um modo sadio ” . É bom transmitir às crianças imagens que ela compreenderá apenas mais tarde, isso aumenta as capacidades anímicas. Mas só podemos fazê-lo com honestidade se nos identificamos totalmente com elas, garantindo a sua autenticidade perante a essência espiritual superior das crianças.

Nesses anos, o professor vem a conhecer os quatro temperamentos, inclusive em seus alunos. Isso nem sempre é fácil pois eles freqüentemente se 1,manifestam em combinação de um com outro. Muitas medidas dependem deles. Assim, o professor poderá colocar os alunos na sala de aula de acordo com os temperamentos e variar de acordo com eles a sua maneira de contar histórias e de efetuar cálculos.

O caminho do 1° ao 2° setênio poderá ser negativo, se não houvera presença do elemento artístico. Por esse motivo exporemos a seguir; antes dos conteúdos do ensino principal, as possibilidades de dar ao ensino dos primeiros anos um cunho artístico.

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