Postado por Maria Célia Becattini
junho de 2014
Photographee.eu/Shutterstock
Em busca de comodidade, cada vez mais deixamos de lado papel e caneta e optamos por digitar. Para muitos pode ser mais prático escrever um e-mail do que uma carta. No entanto, cientistas da Universidade de Princeton alertam que nem sempre o método mais rápido é o melhor. Quando se trata de tomar nota o mais indicado é escrever à mão: nos ajuda a focar no essencial e reter conceitos com mais facilidade
O psicólogo Daniel Oppenheimer e sua equipe pediram a alguns estudantes que assistissem a uma palestra e fizessem anotações a lápis ou no notebook. Depois de 30 minutos, eles interrogaram os voluntários sobre elementos fatuais e conceituais e descobriram que aqueles que escreveram com papel e caneta se saíram significativamente melhor, sobretudo em relação a ideias abstratas, ainda que o restante tivesse registrado mais informações no computador.
Segundo os pesquisadores tomar nota implica em selecionar um dado (codificar) e recordá-lo mais tarde (armazenamento), o que confere benefícios de aprendizagem. Quando a primeira parte se torna muito fácil, perdemos a oportunidade de absorver algo novo, principalmente quando se trata de conceitos e não fatos. Escrever à mão, por outro lado, nos obriga a focar no essencial já que não somos fisicamente capazes de escrever cada palavra, o que facilita a assimilação.
Os resultados publicados online no Psychological Science ajudam a esclarecer um fenômeno que os psicólogos chamam de dificuldade desejável: a necessidade de esforço e investimento para assimilar novos conteúdos. “Às vezes, os obstáculos que nos frustram nos ajudam a aprender. Antes de mergulharmos nas novas tecnologias que prometem tornar a vida mais fácil, pode valer a pena nos perguntarmos se realmente trazem os benefícios que esperamos ou apenas subestimam nossa capacidade”, diz Oppenheimer.
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