terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Limites sem trauma


Limites em crianças com necessidades especiais

Considero este artigo uma verdadeira prova de fogo, pois não sei qual será a reação do público, pois neste me refiro à difícil tarefa de colocar limites em crianças com necessidades especiais.

Este é um grande desafio para os pais desta criança que apresenta algum tipo de deficiência. Os mesmos encontram dificuldades em estabelecer limites, pois justificam que os filhos não são capazes de entender o certo e o errado, mas devem entender que o seu filho é um ser social e portanto, sendo suas atitudes inadequadas ,podem gerar resultados negativos como a discriminação e exclusão.

Os pais, por desconhecimento, ou muitas vezes por falta de orientação em relação a estas limitações e das capacidades dos filhos, ficam inseguros e temerosos, não sabendo até que ponto podem exigir destes ,assim, estes sentimentos levam-no a agir com superproteção, não conseguem sustentar uma ordem ,cedendo as vontades dos filhos, sentindo pena e outros fatores que prejudicam o seu desenvolvimento e impedindo que estas crianças se tornem independentes e autônomas..

No entanto, desde o nascimento ,o bebê já começa a lidar com frustrações e limites ,um bom exemplo está nas frustrações iniciais, que são involuntárias ,em sua maioria ,ou seja, a mãe não está para dar comida na hora exata de sua fome ou na troca de fralda e quando estiver com sede .E com um ano e meio ,a criança já consegue entender e se expressar melhor ,já tem vontades que vão além de suas necessidades básicas. Este é o momento dos pais começarem a determinar regras contanto que sejam claras e coerentes e a mesma atitude devem ter com os nãos necessários, estes devem sustentados; evitar gritos e berros ,pois o não acabam virando um sim.

Para finalizar, gostaria de fazer um paralelo entre a educação especial de hoje com a de ontem. Temos que levar em consideração que muita coisa melhorou ,mas ainda há muita coisa a ser melhorada.

Segundo,(Aranha,1995;Et Al) as crianças eram abandonadas ao relento. Esta atitude era congruente com os ideais morais da sociedade clássica e classista da época em que a eugenia e a perfeição do indivíduo eram extremamente valorizadas. Para Pessoti (1984),em Esparta ,crianças portadoras de deficiências físicas ou mentais ,eram consideradas sub-humanas, o que legitimava sua eliminação ou abandono .Na idade média ,a deficiência era concebida como um fenômeno metafisico e espiritual devido à influência da igreja ;a deficiência era atribuído um caráter ou “divino “ou “demoníaco” e esta concepção, de certa forma, conduzia o modo de tratamento das pessoas deficientes.Com a influência da doutrina cristãos, deficientes começaram a ser visto como possuindo uma alma e, portanto eram filhos de Deus .Desta forma , não eram mais abandonados ,mas, sim acolhidos por instituições de caridade.

Ao mesmo tempo em que imperava esse ideal cristão, os deficientes mentais eram considerados como produtos da união entre a mulher e o demônio ,o que justificava a queixa de ambos ,de mãe e criança (Schwartzman,1999).Além dessa prática ,usava-se também outras mais “amenas” como punições, torturas e diversos tipos de maus tratos no lidar com essas pessoas (Aranha,1995).

E assim,infelizmente as pessoas com deficiência eram vistas e não recebiam educação, sendo consideradas incapazes de entender uma ordem e então eram excluídas da sociedade e pode-se se dizer que em algum lugar do Brasil e do mundo ainda existem pessoas ou crianças com deficiências isolados ,violentados em um quartinho no fundo do quintal, por não saberem como lidar e acreditar em sua capacidade de ser um ser plenamente social, isso é um pecado para a cultura e o século em que hoje vivemos .


Por Faby Rocha

BIBLIOGRAFIA

SILVA, Nara Liana Pereira; DESSEN, Maria Auxiliadora. Deficiência mental e família: implicações para o desenvolvimento da criança. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 17, n. 2, p. 133-141, 2001.

Aranha .M.S.F .(1995)Integração Social do Deficiente :Análise Conceitual e Metodológica .Temas em Psicologia 2,63-70

Casarin,S.(1999)Aspectos Psicológicos na Sindrome de Down. Em J.S.Schwartzman(org).Síndrome de Down(pp.263.285)São Paulo :Mackenzie .

Pessoti,I.(1984).Deficiência Mental :da Superstição à Ciência .São Paulo:EDUSP.

Schwartzman.J.S .(1999).Histórico. Em J.S.Schwartzman(org), Síndrome de Down (pp.3-15).,São Paulo:Mackenzie.
Fabiane Esperança Rocha
Psicoterapeuta-CRM/14ªReg.-03633-3

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