novembro de 2014
Crianças autistas podem aprender habilidades sociais importantes com abordagens psicodramáticas
Ciência e arte nem sempre andam de mãos dadas, mas algumas iniciativas que unem psicologia e teatro têm se mostrado eficientes no controle de problemas relacionados ao transtorno do espectro autista (TEA). Estudos mostraram que as habilidades desenvolvidas em exercícios dramáticos correspondem a três das principais dificuldades observadas em pessoas com a síndrome: interação social, comunicação e flexibilidade na imaginação.
Uma das intervenções, proposta pelo projeto Teatro Senses, nos Estados Unidos, procura ajudar crianças diagnosticadas com TEA a melhorar habilidades sociais. “Atuar pode causar impactos profundos na maneira como interagimos com os outros; a técnica ajuda a apurar o pensamento e a tornar o comportamento mais flexível”, diz a psiquiatra Blythe A. Corbett, da Universidade Vanderbilt, e atriz aposentada que participa do Sense desde 2009.
O programa foi realizado em dois acampamentos de verão que serviram de local para os estudos-piloto. No início, as crianças participam de improvisações e de jogos que lhes permitem assumir diferentes papéis. Depois, passam para lições de roteiro e se preparam para a apresentação de uma peça. A equipe de Blythe Corbett mediu a percepção social e habilidades de interação dos participantes antes e depois do processo. Resultado: ao final, as crianças mostraram aumento na consciência social e se lembravam melhor de rostos, segundo publicado na Autism Research no início deste ano.
Da mesma forma, outros dois grupos apresentam resultados promissores. A iniciativa Shakespeare e Autismo, uma parceria entre a atriz britânica Kelly Hunter, a Companhia Real de Shakespeare e o psicólogo especialista em distúrbios do desenvolvimento Marc J. Tassé, da Universidade do Estado de Ohio, utiliza jogos teatrais (com base em cenas das peças do poeta e dramaturgo inglês) e o ritmo do pentâmetro iâmbico (métrica utilizada na
poesia e nas artes dramáticas) para ensinar implicitamente habilidades sociais.
O projeto Imaginando o Autismo, liderado pelas professoras de teatro Nicola Shaughnessy e Melissa Trimingham, da Universidade de Kent, na Inglaterra, propõe uma programação semanal para crianças com a síndrome. A proposta é agregar atuação, teatro de fantoches e elementos digitais interativos.
Nenhum dos estudos comparou essas crianças com outras com o mesmo diagnóstico e condições similares que não passaram pelas intervenções, por isso ainda não é possível descartar outras explicações para a melhora, como a evolução natural ao longo do tempo. As equipes envolvidas nos programas Teatro Senses e Shakespeare e Autismo estão em fase de conclusão de estudos mais rigorosos que comparam os participantes com crianças na lista de espera. Mas só o fato de três grupos independentes apresentarem resultados preliminares tão encorajadores já é um indício animador de que podem estar no caminho certo.
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Da mesma forma, outros dois grupos apresentam resultados promissores. A iniciativa Shakespeare e Autismo, uma parceria entre a atriz britânica Kelly Hunter, a Companhia Real de Shakespeare e o psicólogo especialista em distúrbios do desenvolvimento Marc J. Tassé, da Universidade do Estado de Ohio, utiliza jogos teatrais (com base em cenas das peças do poeta e dramaturgo inglês) e o ritmo do pentâmetro iâmbico (métrica utilizada na
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