domingo, 18 de maio de 2014

INCLUSÃO: O AUTISMO E A IMITAÇÃO


Postado por Maria Célia Becattini



O AUTISMO E A IMITAÇÃO

O autista prefere ficar sozinho mas isto não quer dizer que ele não gosta de estar com os outros. O que ele não quer ele evita ou ignora, chora e costuma usar as pessoas como ferramentas para conseguir aquilo que quer.

Podemos notar, em algumas situações, dificuldades para observar e imitar. Muitas vezes, quando as atividades não são mediadas, a imitação acontece de forma mecânica, ou seja, uma repetição automática desprovida de significado social ou uma cópia sem sentido.

Os adultos são uma referência social tanto positiva como negativa. Se estamos tranquilo, passamos isto para a criança. Se estamos ansiosos, deixamos ele ansioso.

Eles precisam muito da ajuda dos adultos pois, muitas vezes, olham através da gente mas seu olhar não encontra o nosso. Pedir o contato visual o tempo todo é apelar. O contato visual tem que ser espontâneo, ele tem que ter interesse pela gente e tem que ter prazer em estar com o outro.

Muitos dos seus sons e gestos que eles emitem não são convencionais pois estes alunos apresentam dificuldades com a linguagem receptiva, ou seja, para entender a fala dos outros e com a linguagem expressiva que é fazer o outro compreender a sua fala.

A sua estereotipia leva eles a fazerem as coisas de forma rígida, ritualizada e sem função social contextualizada aparente. Mas podemos tirar proveito desta estereotipia a nosso favor.

Temos que incentivar ao máximo as atividades de observação e imitação pois estas ajudam a desenvolver habilidades de atenção, compreensão da linguagem, agrupamento e diferenciação de estímulos estas são a base da aprendizagem.

O primeiro passo é apostar na imitação, ou seja, ensinar a imitação espontânea durante as atividades e brincadeiras. Com isto, ele aprenderá a copiar as ações dos outros de forma a ampliar as suas interações sociais.

Para isto temos que selecionar os materiais e situações a serem usados. Ao estimular os alunos a imitarem as nossas ações temos que ter alguns cuidados como:

- ficar visível ao aluno: ele não pode imitar o que não está em seu campo de visão. Fique cara a cara com ele e, se ele se deslocar, se desloque junto;

- imite o que o aluno está fazendo com os brinquedos: se ele está brincando com um carrinho imite o movimento e acrescente um som;

- imite as vocalizações: se ele está imitindo sons, imite estes sons para buscar um canal de comunicação e chamar a atenção para facilitar o engajamento;

- seja animado: vibre, exagere nos movimentos, mostre que está gostando deste jogo de imitação;

- imite os comportamentos adequados: tome cuidado para não incentivar comportamentos inadequados;

- simplifique a sua linguagem: não fale frases longas, use palavras pontuais, fale devagar, coloque as palavras mais importantes em evidencia modificando o tom de voz, seja repetitivo (se quer dizer que o carro está andando fale várias vezes a ação, ou seja, a palavra andando), aumente a linguagem do aluno (se ele diz carro, repita carro andando);

- nomeie as ações: use os mesmos objetos em vários momentos sempre nomeando a ação;

- use gestos e sons para aprovar as ações: apontar para pegar algo, fazer um som para uma ação, use seu corpo para dar ordens de localização espacial.

Com isto, além de ajudar ele a imitar, estaremos desenvolvendo e estimulando a linguagem expressiva e compreensiva.

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