Postado por Maria Célia Becattini
Os estudos vêm questionando verdades até então incontestáveis. É o caso da angústia da separação, como os especialistas chamam o período em que o bebê chora quando perde a mãe de vista, acreditando que ela desapareceu para sempre. Pesquisa recente da Universidade da Califórnia, nos EUA, sugere que os bebês internalizam tal conceito aos 2 meses e meio de vida, bem antes dos 8 meses, como se imaginava. A constatação foi feita em um show de fantoches, realizado para bebês de 2 e 3 meses. O personagem principal, um patinho, aparecia no palco. Depois, era coberto por um pano e, em seguida, descoberto. No jogo do ´Cadê? Achou!´, algumas vezes, o pato sumia da brincadeira, caindo num alçapão ao fundo do palco. A reação dos bebês, a partir dos 2 meses e meio, era olhar atentamente para a ´lacuna´, em busca do amiguinho. O que leva os cientistas a crer que, sim, eles sabem que o objeto continua existindo.
Por dentro da cabeça
- Ao nascer, os bebês têm 100 bilhões de neurônios - o mesmo número de estrelas da Via Láctea. Veja como eles funcionam:
1 - Imagens
É provável que a área ajude os bebês a lembrar de pessoas e coisas que estejam fora da vista. Uma vez desenvolvida, os bebês podem sofrer da angústia da separação, entre o 60 e o 80 mês, quando os pais estão longe.
2 - Visão e audição
As áreas que processam as informações sensoriais são umas das primeiras a se desenvolver completamente, afinal, o ser humano tem de aprender a se socializar para sobreviver.
3 - Raciocínio
Assim como o controle emocional, o raciocínio complexo leva tempo para se desenvolver. O pico de desenvolvimento acontece por volta do primeiro ano de vida, mas continua amadurecendo até a adolescência.
4 - Linguagem
Até os 6 meses, os bebês conseguem distinguir sons de diversas línguas, assim como ritmos musicais. Mas perdem tal habilidade por volta de 1 ano, tão logo se comprometem com a língua nativa.
5 - Memória
Necessária para tudo: da aquisição da fala ao reconhecimento da voz dos pais. Forma-se logo após o nascimento.
6 - Reconhecimento facial
Permite que os bebês diferenciem os pais de estranhos. Aos 6 meses, por exemplo, já mostram atividade cerebral diferenciada na presença da mãe.
- Personalidade
Estudo da Universidade de Maryland sugere que a timidez está nos genes. Ao analisar a atividade cerebral de bebês de 9 meses, descobriu-se que os tímidos ficavam tensos quando cumprimentados por estranhos. Eles mostravam atividade cerebral mais intensa no lóbulo frontal esquerdo, área associada à ansiedade e ao medo. Nos extrovertidos, a região ´acionada´ era a do prazer. (Fontes: Charles Nelson, professor de Pediatria da Universidade de Harvard; Patricia Kuhl, professora de Ciências da Fala e Audição da Universidade de Washington; Erin Hannon, psicólogo da Universidade Cornel)
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